PENSANDO A MÚSICA "SECULAR" (Parte II)

Na verdade existe uma desconfiança histórica com relação à música. O seu conceito de “expressão de sentimentos através dos sons” tem sido trocado por ideias preconcebidas de acordos com os “gostos” de diversos grupos da sociedade e a sua utilização. Nessa, me valho da musicologia que jamais poderá ser descartada, pois ela como estudo científico da música não coaduna com  opiniões equivocadas que tentam se caber  em pretechos relacionados a religião, preconceitos ou até mesmo legalismo. Nesse certame, iniciamos informando que ela é nada mais nada menos que a “expressão de sentimentos através de vibrações sonoras“. E é daí que partiremos para a abordagem de música cristã e secular.
É necessário muito cuidado para não diabolizar o que seria um bom sentimento expressado, ou o inverso, como é o caso de quem deliberadamente ouve e absorve discursos contrários aos valores de Deus.
Existe bastante falta de conceito por parte de muitos que criticam aqueles que  convivem com a música secular. Eu particularmente aprendi na igreja que deveria fugir dela, porém nunca fui convencido de sua total inviabiliadade para vida comum. Lembro que quando cursava meu 2º grau, lia nos livros de Literatura lindos poemas de Fernando Pessoa, Castro Alves, Augusto dos Anjos, etc., já nas aulas de História ouvia canções relacionadas ao Regime Militar e vibrava por tanta criatividade vinda da parte dos compositores da época, porém, em seguida sempre recebia a duxa de água fria quando de um líder ouvia as velhas repreensões: “A luz não pode se misturar com as trevas…”, etc. Sei que ainda hoje paira o mito da sua utilização por parte dos crentes. Mas contradição é latente pois há aqueles, por exemplo, que criticam  um irmãozinho “fulano de tal” porque que ele escuta determinada música, porém o bendito crítico é geralmente aquele cara que adora um filme de ficção (secular), ou em caso de algumas irmãs, são as que não perdem a novela das oito.
A Bíblia nos recomenda a viver uma vida de santidade e essa separação com o mundo não santifica ou sataniza objetos ou meios, mas nos capacita a lidar e conviver com vários discursos da cultura a qual estamos inseridos. Lembre-se, a “separação deve ser inclusiva”, caso contrário o sal fica longe da carne que se deteriorizará rapidamente.
Assim como jogar futebol, assistir um filme, ir ao cinema, ouvir uma música secular não é pecado, contanto que sua mensagem não fira as verdades de Deus e que se adéqüe ao que Paulo falou aos Filipenses 4.8: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, isso ocupe o vosso coração”. Existem bastantes músicas educativas, politizadas, encorajadoras e de reflexão para nossa vida comum, elas com certeza trazem no seu bojo os fundamentos cristãos. Há uma bela canção de Guilherme Arantes que diz: “eu desejo amar a todos que eu cruzar pelo meu caminho. Como sou feliz, eu quero ver feliz quem andar comigo”, e por aí vai. Muitas vezes ignoramos verdades ditas por não cristãos apenas por não se dizerem cristãos, enquanto muitas vezes ouvimos heresias nos conteúdos das músicas denominadas “gospel”. Paulo disse: tudo é lícito, mas nem tudo me convém, e essa sutil escolha entre valer a apena ou não, deve ser feita a luz da palavra – se te edifica, vai em frente, se não, então recue.
O conceito de secular é tão pouco explorado que se formos entender como aquilo que não traz em sua roupagem algo de religioso, constataremos que na própria Bíblia existe muito de “secular”, como por exemplo, o poema “secular” que Davi escreveu em homenagem a Saul e Jônatas em 2 Samuel 1.19-27, alguns provérbios que apenas tratam de educação, moral, respeito, sem aparentemente fazer alguma menção direta a Deus. Muito embora em seu crivo permeiam os valores que são participantes da conduta correta da verdadeira forma de ser cristão.
As doutrinas da criação, queda e redenção precisam estar muito bem definidas na vida do cristão, e se mal interpretadas, com certeza toda percepção de arte será deturpada. E é isso que precisamos fomentar em nossas igrejas: pessoas preparadas para lidar com a arte da música,  e revertê-la para contextualização do evangelho e alcance de pessoas.
A música por si só é desprovida de caráter. Ela é um veículo de linguagem, que  pode ter inúmeras funções. A pessoa que tem o talento para música seja ele músico, intérprete ou compositor, com certeza recebeu esse presente de Deus (Tiago 1.17), tendo esta pessoa conhecido a Deus ou não. É o que chamamos de “Graça comum”. A criatividade é fonte que sai de Deus, e mesmo embora estando ela desfigurada pela herança adâmica não nos outorga abominar a sabedoria, criação e habilidade daquele que está longe de Deus. Ninguém pergunta se o dentista é crente antes de ser atendido, ou se o cozinheiro do restaurante é evangélico, ou se o arquiteto que construiu a casa onde se reside é um homem de Deus. E assim muitas vezes consumimos produtos de ateus, espíritas, idólatras, o que não quer dizer que suas aptidões foram dadas pelo diabo.
Steve Tuner em Cristianismo Criativo (2000, p.91) escreveu: “A solução é constantemente manter a queda em equilíbrio com a doutrina da criação. O mundo não está tão cheio de mal de modo que não possamos desfrutá-lo nem tão cheio de bondade de modo que possamos abrir mão de nós mesmo em favor dele”.
Não incentivo ninguém que não conheça as doutrinas da criação, queda e redenção a ter contato com arte secular ou música, mas oriento que estude sobre os conceitos de arte cristã. Sei que é difícil , uma vez que a indústria gospel fabrica artes medíocres em grande escala enquanto nas igrejas pouco aparece espaços para palestras, debates e aulas sobre arte secular / cristã. Entendo que crescer na graça e no conhecimento abrange a aprender (sob a ótica da graça comum) com pessoas não crentes, sejam professores de universidades, médicos, políticos, poetas, escritores, comentaristas esportivos, geógrafos, e inclusive, músicos através de suas canções.
Termino dizendo que muitas vezes o discurso cristão pode estar no secular sem que se perceba e vice-versa. Sendo assim, usemos as lentes da graça de Deus e de Sua palavra para que possamos aprender mais de Dele através da música e que a partir dela possamos alcançar muitos perdidos.
No próximo artigo, espero que leiam e respondam, falarei sobre a urgente necessidade da contextualização da música nas igrejas, ou a contextualização das igrejas através da música.
Graça e paz.

PENSANDO A MÚSICA "SECULAR" (Parte I)

Resolvi escrever esse artigo porque sei que há muita gente, algumas até com muitos anos de igreja, perguntando a si mesmo o que o apóstolo Paulo há muito tempo atrás respondeu em suas cartas. Quanto à relação com a “música secular”, separei três grupos de posicionamentos diferentes:
LIBERAIS: Os que acham que não tem nada de pecado na música secular e escutam todo tipo de música, inclusive aquelas que depreciam a própria moral; é o grupo que tem ausência de senso crítico – é o “fez sucesso, eu consumo”.
EXTREMISTAS: Os que condenam de forma inflexível qualquer tipo de canção que não seja evangélica; estes atribuem como mundana a música secular;
 MODERADOS: Aqueles que escutam músicas boas, sejam elas denominadas evangélicas ou não.
(OBS: Se seu pensamento não consta em nenhum desses grupos não tem problema, identifique que novo grupo você se enquadra. A ideia é enriquecer o debate)
ENTÃO, É PECADO OUVIR MÚSICA DO MUNDO?

Mas vamos lá, antes de responder a pergunta, façamos mais algumas:
1)  A música é uma das modalidades de arte utilizadas pelo ser humano?
2) Se você acha que existe a música do mundo (secular), então é porque existe a música santa (sacra), ok?
3) Se assim for, logo existem dois tipos de arte: arte do mundo e arte cristã. Concorda?
4) Logo existe livros, filmes, artesanatos, engenharia, dança, pintura, estilos de roupa, arquitetura, quadros, culinária, esportes, etc., que são santos ou do mundo. Ou não?
5) Então se ouvir música secular for pecado façamos também uma filtragem de todos os segmentos de arte citados acima, fora os que não citei, e analise se você consome constantemente arte secular em sua vida.
6) E se você tiver aprendido que música é adoração? (fique logo sabendo que música não é adoração e nunca será)
7) Então qual o parâmetro bíblico entre o secular e cristão?
* Enquanto você pensa, vou terminando o texto em que discorro sobre o tema. Até breve.

PROVA DE VESTIBULAR PARA SER DISCÍPULO DE JESUS

JESUS NÃO É “ZÉ COLMÉIA” E NEM EU GOSTO DE MEL

Pessoal, a amada Damares acertou em cheio. Sim, digo e ratifico. Se seu objetivo foi fazer uma música que pega, cola, perturba, persegue, desconcorda com a palavra de Deus, pode crer, deu muito certo. Além de ser uma de “arma bélica” para atordoar a vizinha fofoqueira, também é um ótimo hit remix para fim de festa. A música é provocativa e não poupa ironia, no entanto está a quilômetros de distância da mensagem do genuíno evangelho de Jesus.
A pop star ovacionada nos “cultos de reteté” segue a tendência antropocêntrica das canções do mercado gospel as quais classifico em sua grande maioria como canções rendidas aos pretextos da pós-modernidade (bem estar, prosperidade, consumismo, personalismo, hedonismo, etc.). A música que começa até bem dizendo que  “O agir de Deus é lindo na vida de quem é fiel” retrata uma luta que será redundada no final em vitória cujo resultado é a prova de que se é um escolhido. Gente, esse subjetivo “embate provação” x “vitória final” é uma velha conhecida “bomba xilene” da Teologia da Prosperidade para atender a demanda dos gostos mais variados. Na sua cara não há aparentemente o sinal $, mas seu objetivo final é se dá bem ($$$) aqui na terra. A música tem o tipo de letra que cabe pra qualquer tipo de problema, pra qualquer tipo de pessoa, e no final, o resultado sempre será agradar ao homem e se adaptar a qualquer vexame.

Analisemos a letra:

Deus vai cumprir tudo que tem te prometido”. -> Meus nobres leitores, pergunto: o que será que Deus nos tem prometido mediante as escrituras? Será Ele fiel a nós ou a sua palavra? A música não fala o que Ele tem prometido né, mas a palavra sim: Disse Jesus: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:33). Como também nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. (Rm 8.1)

Você vai ver a mão de Deus te exaltar – > Ops! Cuidado pra não ir pensando que essa exaltação é relacionada a Hyunday, BMW, Renault, ou ao Ap beira mar, etc. A exaltação acontece no tempo de Deus e conforme a sua Vontade. Seria bom ela ter dito também que pra ser exaltado, antes é necessário se humilhar. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte. 1Pe 5:6.

“Quem te viu passar na prova e não te ajudou, Quando ver você na benção vão se arrepender”
– > Nessa hora acontece o descarado “evangelho” da condenação – o inverso das boas novas -, que concorda com aquele tipo de pregação insultante aos que não querem se arrepender, porém acontece com os que desconhecem a chamada pela vocação eficaz de Deus, cujo agente transformado é o Espírito e não a força – eles constrangem a todo descrente que aparecer no culto. Dá ideia também da constante batalha espiritual cujo inimigo é o vizinho, o chefe de trabalho, ou a empresa concorrente. Seria isso uma ameaça? Não quero dramatizar, mas com certeza eles não irão se arrepender dos seus pecados há não ser que o Senhor toque nos seus corações.

A música continua: “Vai estar entre a platéia e você no palco”. Esse trecho confirma novamente que a Damares fala de uma vitória material, ou seja, estar num lugar de destaque, status, certamente esse lugar deve ser uma colméia de abelhas.

Amados o que nos falta hoje é cantarmos o evangelho de Cristo, a grandeza de Deus, seus atributos, sua graça, sua misericórdia. Precisamos voltar aos belos poemas de Davi, as lindas canções de Sião. Precisamos pensar nas coisas do alto, não nas que são aqui da terra (Colossenses 3 : 2)”, Cristo está voltando! Para isso é bom relembrar que a adorar a Deus é venerá-lo pelo que Ele é independe se Ele faz algo em nosso favor ou não, se é que o mais importante já foi feito. É aprender a amar nossos inimigos; é saber lidar com os “não cristãos” e não ignorá-los, pois estes não têm o saber do espírito; é deixar esse costume de cantar músicas focalizando as “coisas” de Deus: “vitórias, sucessos, bens matérias, etc.”, e cantar na lógica de que buscando o seu Reino em primeiro lugar todas as coisas serão acrescentadas.
O palco cuja cantora afirma que se estará, no fim da canção, verdadeiramente não condiz com o lugar dos seguidores de Jesus. O verdadeiro palco não é em cima das pessoas, mas em abaixo delas: aquele que quer ser o maior seja servo (Lucas 22:26). Muitas vezes esse palco é um deserto, uma solidão, uma cruz (Tiago 1:2-4.
Sejamos atentos para que não misturemos o verdadeiro evangelho de Cristo com os desejos do coração do homem. Agora pra finalizar pergunto: SANGUE DE CORDEIRO TEM GOSTO DE MEL? Pois é, a minha vitória não teve e não tem sabor de mel, mas sim derramamento de sangue, e sangue carmesim que me purificou de todos os meus pecados, e é somente por esse motivo que tenho infindos motivos para adorar ao meu Jesus.
Ser “Crente Zé Colméia” é pra quem gosta de mel.

"ENCHENTE GOSPEL", COISA DE CRENTE GOSPEL!

Por Antognoni Misael

Desde quando se inventou que música cristã é gospel, a música nas igrejas desceram ladeira abaixo. Primeiro porque se você indagar a maioria dos líderes de louvor o que quer dizer “música gospel” ele irá titubear em responder, mas logo se lembrará da MK, Line Redords, Som livre. Na verdade a verdadeira música gospel quer dizer “música espiritual”, oriunda dos negros americanos que cantavam espontaneamente em forma de côro. Atrelada a uma lógica de mercado, a música gospel (de cá) adora os chavões fáceis de cantar e frases simples de pegar, tipo:



– Meu amado

– Quero te abraçar, Abraça-me Senhor

– Deitar no teu colo

– Corro pra ti

– Para direita, para esquerda…

– Estou apaixonado, quero me apaixonar

– Quero me desesperar por ti, quero perder o sono

– Restitui eu quero de volta… e por aí vai.


Mas a mais famosa você deve lembrar: “FAZ CHOVER, FAZ CHOVER”. Pois é, como disse o Pr. Renato vargens, nem um pajé pediu tanta chuva. Portanto querido, eis o problema, se você pede a Deus chuva é preciso especificar que tipo de chuva é essa, senão vai que dá uma enchente igualzinha a charge acima. Imagino o quanto essa canção foi (e ainda é) cantada nos domingos a noite pelo Brasil e penso: se Deus atendesse realmente ao que se pede? Só que tem gente que pede chuva pensando em benção, bens materiais, bem estar, prosperidade e esquece que no Evangelho genuíno, chuva de benção pode ser uma provação, uma doença pra glória de Deus, um livramento ou o tratar de Deus relacionado a correção. Portanto não vá na onda dos chavões dos hits gospel “da hora”, de repente chove granito, ou pior, vai que sem perceber você emenda com :“entra na minha casa, entra na minha vida”, pode ser que chova num dia o que é pra chover no mês todo.

As profecias de Raul Seixas e os paradigmas da igreja em Guarabira

Por Antognoni Misael
O grande “Raulzito” foi para o beleleu, e mesmo sabendo de sua fama de profeta hare krishna e divulgador dos preceitos da tal “nova era”, não se sabe se na hora da morte qual lugar ele estava ocupando em relação à cruz dos ladrões do calvário. – Alguém se arrisca a chutar? Então. Quem lembra da famosa canção onde o “profeta” maluco dizia: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Pois é, a breve história de algumas igrejas evangélicas em Guarabira mostra que determinadas verdades de Raul pairaram em nossa terra azulada pelas garças brejeiras.

Falo a partir da minha ótica. Na minha infância (década de 80) lembro que fiquei super feliz quando meu pai comprou uma TV 14 polegadas, preto e branco, quando então podia assistir aos desenhos, embora sem cores, filmes, e nos fins de semana a noite, o esperado “Os trapalhões”. Então um bendito irmão, em nome da esquizofrênica religião evangélica, convenceu ao meu pai que vendesse a TV pois ela era a porta do capeta na sala da casa. Isso não foi só em meu lar. Certa vez um líder de outra igreja na cidade orientava seus fiéis a fazerem o mesmo. Pois é, só que um dia a casa caiu, e um irmãozinho ao ir a sua residência o encontrou no seu quarto debruçado como um urso de inverso vendo aquela beleza de “tantas” polegadas, a cores, e com um controle remoto na mão, era a TV top de linha de época, diga-se de passagem.

Lembro também que os crentes se vestiam como andróides empanados e as mulheres não podiam cortar o cabelo, usar calça comprida, brinco, cordão, pulseira, aliás, essa parte da calça na verdade ainda tá no processo de metamorfose. Quanto as bijuterias, só as coitadas das irmãs devem lembrar o quanto foram escarnecidas quando julgavam-nas de “filhas de Jesabel”.  

Certa vez já pré-adolescente, um pastor da cidade, ainda vivo, declarou que a igreja que tivesse uma bateria no templo era considerada um bordel, pois bateria era sinal de mundanismo. Hoje o bendito que assim disse, tem uma Pearl linda ao lado do seu púlpito. Meu Deus, acho que o danado do “cam cão” teve uma época de trabalho light, pois os homens lhe atribuíam muita coisa mesmo!

Televisão, cabelo, roupas, instrumentos e ritmos tudo eram abomináveis por parte dos “maluco beleza” em nome Deus. Então atualmente, após quase 21 anos de sua morte, a canção do velho Raul até poderia ser cantada para ilustrar o quanto evoluímos em alguns pontos, porém em outros ainda parece que não! Só sei que se a “velha opinião formada sobre tudo” não estiver fincada e certificada pelo Evangelho de Cristo, ela deve ser jogada no lixo.

Mas a metamorfose não termina aqui. Ela acontece no caminho inverso também. O mundo e suas ideias agora se transformam e se adaptam para viverem dentro das igrejas e no meio do povo de Deus. Venda de indulgências modernas, falsos profetas invadindo a privacidade das pessoas, personalismo, show de fé, diversidades de unções, subidas ao monte, intermediação de vasos, e diversas heresias banalizam o evangelho de Cristo. 
Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou”. Que isso não seja uma verdade em nosso meio.

Para cidade de Guarabira, muitos naquele dia ouvirão: “…nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.”(Mt. 7:23). Voltemos ao Evangelho da Cruz!

A MÚSICA FOI AOS IDOSOS DO ABRIGO DE SÃO VICENTE DE PAULO

Um mês após a realização do Workshop de música no teatro Geraldo Alverga sob o patrocínio da loja Stúdio musical, os donativos arrecadados através de colaboração voluntária dos participantes foram entregues no local. Através da quantia levantada foram comprados 10 (dez) pacotes de fraudas adultas, e 3 (três) litros de sabonetes líquido.
Mesmo sendo uma quantidade pequena, a satisfação foi enorme em saber que seres humanos foram ajudados, principalmente os idosos. Lá pudemos entrar, conhecer e conversar com dona Josefa, uma senhora de 76 anos que mesmo sem ter uma das pernas e alguns dedos da mão direita, esbanjava felicidade, simpatia e amor a vida.
O abrigo dos idosos de Guarabira merece nossa presença. Segundo Josa, um dos diretores do local, o calor humano vale mais que mantimentos.

Guarabira: os bens materiais x ser humano

Durante essa semana pude realmente refletir sobre algumas situações importantíssimas para qualquer pessoa que reside na cidade de Guarabira-PB, a grande capital do brejo, e que já foi a capital nacional dos OVNI’s (será se ainda é?). Pois é, hoje ela é a capital do descaso em relação ao ser humano. Digo isso porque constatei a seguinte coisa: “qualquer bem material é melhor cuidado do que um ser humano aqui”.
Veja só, semana passada o gás de cozinha secou enquanto uma panela de feijão estava quase no ponto, então liguei para o disque gás, e em 5 minutos o problema estava resolvido; em seguida os cartuchos de minha impressora secaram, então fui até o local que recarrega, e em 20 minutos tava tudo ok. Daí pensei, se meu carro de repente ficar no “prego”o que fazer? Concluí, não falta oficina e nem mecânicos de todos os tipos e especialidades para não deixar os automóveis da cidade morrerem, portanto, tá tudo sob controle. E se por acaso precisar recarregar meu celular, comprar uma câmera fotográfica, um notbook, uma moto ou fazer um empréstimo no banco? Fácil. Em Guarabira você encontra rapidinho, e mais, você já sai com o produto ou o dinheiro na hora. Tudo é prático e instantâneo. Mas infelizmente quanto à questão da saúde isso não funciona, e com certeza isso não é um problema apenas local, mas de abrangência nacional.
“Tenha um cartão telefônico, mas não tenha um cartão de plano de saúde.”
Apesar de pagar plano de saúde, ontem (13/03/11) novamente acabei indo para o hospital mais requisitado na cidade. Isso porque ao chegar a uma clínica famosa daqui no dia 11/03/11 para atender um parente meu, recebemos a notícia de que lá não mais se atendia pelo plano de saúde que ele usava. Eram 13:50h. Nos dirigimos a um hospital que por sua vez ainda atendia por tal plano, e às 14:20h fomos atendido, no entanto lá foi receitado um hemograma para ser realizado só no outro dia pela manhã, e em outra clínica, visto que o doutor que lá atendeu não estava cadastrado em algum tipo de conselho que não lhe dava autonomia de receitar e fazer os procedimentos legais. Às 14h30min voltamos para casa sem nada a fazer, só esperar.
Ontem foi a vez da minha esposa. Ela passou mal após uma intoxicação causada por um produto de dedetização. Como já conhecíamos bem o hospital que atende por nosso plano de saúde, nem pensamos em passar novo vexame, pois é… Da última vez precisamos argumentar e convencer a recepcionista de que minha esposa estava com dores e que era necessário uma consulta, enquanto isso ela dizia: “só estamos atendendo urgências”. Pois é, pra não reviver o passado fui direto para o hospital do “povão”. E foi lá que minhas impressões realmente se confirmaram: “objetos são mais bem tratados que seres humanos”.
Primeiro esperamos uns 30 minutos para sermos atendidos pelo médico. Ele dava assistência a um senhor que vomitava sangue e que de forma descontrolada xingava todas as técnicas e enfermeiras e se negava a receber sangue e soro. Seu estado era grave e muito preocupante, seu descontrole se dava aparentemente pela dor que sentia e por estar com medo da morte, todavia ninguém conseguida segurá-lo. Era preciso transferi-lo para outro hospital, possivelmente algum da capital, pois aquele homem não parava de perder sangue. A confusão toda para contê-lo durou uns 30 minutos, e já eram 01:30h da madrugada quando a ambulância partiu com ele para outro destino quando a enfermeira plantonista inconformada desabafou: “é desumano as condições que temos para trabalhar aqui, só temos nesse momento um medico, uma enfermeira e uma técnica para atender as emergências, pois a outra acabou de ir a João Pessoa junto com a ambulância levando esse cidadão”. No mesmo momento o recepcionista informa que um cidadão baleado estava a caminho vindo de outra cidade em busca de atendimento emergencial. A essas alturas nós já estávamos desistindo e percebendo que aquele problema de ardor no rosto de minha esposa era irrelevante diante daquele caos hospitalar que ao mesmo tempo se misturava com o cômico quando um casal indomesticado e movido a álcool aproveitava a ausência dos funcionários para dar uns beijinhos e amassos na sala de nebulização no corredor hospitalar – que fantasia hei?! Pra piorar, tinha um bêbado na nossa frente que exigia tomar um soro para não trabalhar no dia seguinte e passeava pelo corredor do recinto com o receituário na mão e cantarolava “vô não, quero não, minha preguiça deixa não”.
Enfim fomos atendidos às 02:00h da madruga. Minha esposa recebe aquela “carinhosa” aplicação injetável das simpaticíssimas funcionárias do estabelecimento e depois fomos pra casa dormir. No dia seguinte a primeira coisa que disse a ela foi: “eu tive um pesadelo esta noite, pois sonhei com um hospital maluco onde não havia atendentes, e tinha um casal se beijando na enfermaria e um bêbado se equilibrando no corredor da “morte””. Ela respondeu então: – “eu também tive esse pesadelo.”

Começar é preciso…

Fazia tempo que tinha criado este blog, porém a página estava tão parada, inerte, imóvel que por um rápido momento pude percebe que eu, e certamente boa parte das pessoas realmente não tenha tempo para uma boa leitura, pois é…quanto mais para escrever algo. Mas hoje me decidi. E toda decisão procede de algum movimento, seja ele sensato, pensado, ou não. Por isso a partir de hoje pretendo compartilhar como meus amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos, boa parte dos meus arquivos pensantes, metamorfoses psicológicas e teologia cultural. Um abraço pra vcs.
Cristo, o incomparável.