Rachel Sheherazade comenta discriminação contra Nordestinos

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Rachel Sheherazade, paraibana, mulher arretada que sabe endurecer sem perder a ternura.

‘Formando a mente de Cristo em nós: Secularismo versus cosmovisão cristã’

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Em suas palavras, a palestrante destacou a importância de estarmos preparados para responder os questionamentos e confrontamentos feitos pelo mundo à nossa fé. 

Norma Braga enfatizou que muitas vezes os cristão são vistos como um loucos, como pessoas que seguem uma fé cega e sem fundamento, e é por isto que devem estar preparados para mostrar que a fé cristã tem sim fundamento.

“A fé cristã, tal como descrita descrita na Bíblia, é a resposta mais coerente para os questionamentos da vida”. Norma Braga

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Estive presencialmente nesta palestra e confesso que foi uma das mais interessantes da VINACC 2012. Norma Braga é professora, escritora, uma mulher que realmente tem nos edificado!!

Facebook e Biquini, Sutiã e Calcinha

Por Kenneth Wieske

Uma mulher entrou no meu escritório alguns dias atrás. Ela estava quase-vestida, usando apenas sutiã e calcinha. Só tem uma mulher no mundo que tem o direito de estar comigo vestido assim: minha esposa. Mas esta mulher que entrou no meu escritório alguns dias atrás, não era minha esposa. Eu fiquei muito constrangido.


Constrangida ela não ficou de forma alguma. Vamos chamar ela de “Sem-Vergonha”. A Sem-Vergonha não ficou constrangida, pois ela engoliu a mentira da nossa sociedade moderna. Esta mentira diz o seguinte: se o sutiã e a calcinha estiverem da mesma cor e feitas de um tecido que se pode usar na água, então não são roupas íntimas—são roupa de banho. A Sem-Vergonha se declara Cristã, mas mesmo assim ela parece não ter problema em expor o corpo dela para o mundo inteiro. Imagino que ela ficaria talvez com vergonha de andar no shopping ou visitar uma família, vestida apenas de sutiã e calcinha. Mas por alguma razão, ela não percebe problema nenhum em escolher uma foto dela assim vestida como foto do perfil do Facebook.

Foi assim que ela entrou no meu escritório: pela tela do meu computador.

Eu tenho centenas de “amigos” no Facebook que mal conheço. Aceito qualquer solicitação de amizade de pessoas que se declaram Cristãos, pois quero ampliar minha rede de contatos com pessoas crentes para promover o trabalho de várias entidades e instituições reformadas com as quais trabalho. Quando um contato no Facebook postar coisas indecorosas ou promove pensamentos, atitudes ou atos não Cristãos, eu apago logo.

Quero compartilhar com você as razões pelas quais eu apaguei a Sem-Vergonha.

1. O corpo dela pertence ao seu marido (1 Cor. 7:4). Se ela não estiver casada, ela deve guardar o corpo dela para o seu futuro marido. O corpo dela não é para ser exposto para o mundo inteiro ver; muito menos é para ser exposto na tela do meu computador.

2. Ver o corpo de uma outra mulher não promove minha santificação nem edifica o meu casamento (Pv 5:15-20; Jó 31:1). Deus criou o homem de tal forma que ele experimenta uma reação muito forte quando vê o corpo de uma mulher. Esta reação dentro do casamento é linda e promove o verdadeiro amor. Fora do casamento, é vergonhosa e traz destruição e tristeza. Neste mundo atolado na imoralidade e perversão sexual, é necessário muita vigilância para o homem guardar a sua pureza sexual. Quando outras mulheres se apresentam quase despidas diante dos olhos de um homem, isto em nada ajuda nesta luta contra o pecado.

3. Se apresentar em público descoberta é uma negação da obra de Cristo (Gn 3:21, Is 61:10, Ez 16, Ap 3:18). Quando o homem caiu em pecado, a sua nudez foi exposta. Deus deu roupas para cobrir a vergonha de Adão e Eva. Um animal teve de morrer para que a nudez deles fosse coberta. Isto foi uma pregação da obra de Cristo, que ficou exposto e nu na Cruz, tomando para Si a nossa vergonha, e derramando o seu sangue para que sejamos cobertos com as roupas brancas da justiça do Cordeiro. A forma que nós nos vestimos reflete algo sobre o nosso entendimento do evangelho. Quando homens e mulheres Cristãos expõem seus corpos publicamente, estão de uma certa forma apagando a manifestação do poder da obra de Cristo em suas vidas. Em vez de se vestir em traje decente, com modéstia e bom senso, eles imitam o mundo que se gloria na sua vergonha.

A coisa triste é que muitos que se dizem seguidores de Cristo acharão esta reação radical demais. Tem uma razão por isto: estamos tão atolados no mundanismo que nem percebemos. O Cristianismo superficial e mundano dos nossos dias produz Cristãos superficiais e mundanos. O Cristianismo ensinado por Cristo e os apóstolos, contudo, é uma total transformação da vida em todos os aspectos, acompanhado por um compromisso radical com a santidade. Se a única diferença entre o mundo e a Igreja é que estes estão do lado de dentro da parede da Igreja, e aqueles do lado externo, então não conhecemos o verdadeiro Cristianismo que proclama: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5:17).

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Postado no blog do Ministério Batista Beréia.

Música, cinema, literatura e artes: Deus está nisso? #CHOCANTE

O diabo é o pai do Rock?

Renato Vargens

Houve quem dissesse que quando as igrejas históricas permitiram que a guitarra e a bateria entrasse em seus cultos, o diabo encontrou uma grande oportunidade para atrapalhar a adoração a Deus. Junta-se a isso o fato de que não são poucos aqueles que baseados numa canção de Raul Seixas afirmam que o diabo é o pai do Rock.


Outro dia um amado irmão em Cristo afirmou com todas as letras que o Rock é a coisa do cão e aqueles que escutam este estilo de música está agradando o diabo. Ao ouvir tão dura sentença perguntei ao meu interlocutor de onde ele tirou essa sandice, e ele sem titubeios me respondeu dizendo: Aprendi isso com o pastor americano fulano de tal.

Caro leitor, os ritmos musicais, bem como as variantes culturais pertencem a Deus. Lamentavelmente os evangélicos possuem a triste mania de tornar a vida uma grande obra maniqueísta. Nesta perspectiva, a música tem sido dividida em música do mundo e música cristã, ritmos sagrados e e ritmos do capeta. Ora, vamos combinar uma coisa? O simples fato de uma canção ter sido composta por um crente não significa necessariamente que ela seja de Deus, até porque, o que existe de gente que se diz crente e não nasceu de novo compondo canções evangélicas não está no gibi.

Prezado amigo, acredito que a música esteja relacionado a cultura de cada país e que o Evangelho de Cristo respeita as variadas manifestações culturais. Ora, tenho pregado em vários países do mundo, e visto Deus agir através de ritmos que se fossem tocados no Brasil com certeza seria satanizados pelos evangélicos tupiniquins. Jamais esquecerei a maravilhosa música Haitiana, Africana e Peruana, que ao serem tocadas por nossos irmãos em Cristo, glorificam ao Criador do Universo.

O Rock nunca foi a minha preferência musical, particularmente eu prefiro a Bossa Nova, o Jazz, o Soul, e a boa música popular brasileira. Todavia, o fato do Rock não ser o meu ritmo preferido, não me dá o direito de afirmar que seja coisa do demo. Bem sei que existem bandas como DC talk, Oficina G3, Magnum Opus, Fruto Sagrado e outras mais que tocam rock n´roll e que levam a mensagem do Evangelho através do seu trabalho.

Isto, posto, concluo esse post com um verso das Escrituras que diz ” Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tiago 1:17

Naquele que vive e reina Soberanamente sobre tudo e todos.

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Você vai gostar de ler também esta matéria aqui. Fonte: Renato Vargens.

#BURACO DA ALMA: "O Amor é phoda e minha religião é o Radiohead" (Por Wagner Moura)

Na edição 49 [Out 2010] da Rolling Stone, o ator Wagner Moura (Capitão Nascimento em Tropa de Elite) faz uma declaração curiosa a respeito da sua espiritualidade. Por Ricardo França Cruz:

“O filho de pais espíritas, que foi coroinha de igreja quando garoto, teve passagens pelo candomblé e admira os rituais de todas as religiões que conhece, acredita que Deus somos nós no domínio pleno de nosso potencial cerebral. “Não compro todo o papo do Deus cristão, e onda toda dos testamentos não faz sentido pra mim. Mas não tem como não acreditar em Jesus, que é um cara fodão que andou ali pela Galileia e descobriu uma coisa genial. Naquela época, o cara fodão era o da espada e Jesus foi lá e disse: ‘Brother, a parada é o amor, é o papo, é a gente se gostar’. E botou pra foder! Mas ai aquele papo de cruz, ressurreição e tal… é muito difícil pra mim.” Quando diz que não acredita em Deus, e que o que chama de “busca que resulta na minha inquietação metafísica” o levou à ciência, Wagner não quer dizer que sua existência esteja desprovida do sagrado. “Acredito no metafísico, nas coisas que a gente não enxerga com nossa visão limitada. No teatro, tem às vezes uma hora em que uma fagulha te faz sentir em comunicação com algo que você não sabe o que é direito. É algo inexplicável. O palco é um templo. Acho que o ritual das religiões tem muito a ver com o rito do teatro. Aquela repetição toda me parece uma tentativa de entender alguma coisa que, talvez, em última instancia, seja esse Deus”.
Mas, se você quiser mesmo falar sobre religião com Wagner Moura, invoque o exu branco e torto Thom Yorke. “Eu sou da religião do Radiohead, de uma forma bastante praticante. No show aqui no Rio eu estava fazendo Hamlet e cheguei a tempo de pegar as quatro últimas músicas. Mesmo assim foi o melhor show da minha vida. No mundo da arte hoje em dia nada me encanta mais que o Radiohead. Gosto muito do rock inglês. Para mim, a maior banda de todos os tempos foi The Smiths.”

Depois dessa declaração, ouçam Radiohead dizendo que o “verdadeiro amor espera”.  A nossa brasilidade ganha um tom mais cinza nesse início de tarde. O tapete é coloridíssimo e quando parece que já disseram tudo sobre o assunto…. E você, o que pensa sobre o amor?  Até daqui da pouco!
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O #BuracodaAlma é uma séria que ratifica que o vazio existente no coração do homem às vezes é até inspirador, pode tornar a tragédia em algo rapidamente belo, mas só… Sabemos que esse vazio só Deus pode preencher (Ec 3.11). Eu, Antognoni Misael, que sempre me arrisco em “expedições arqueológicas” da alma, vi no Blog do Marcos Almeida e curti!

Fórum Cristianismo e Cultura: Até onde uma Cultura pode influenciar a Igreja? (Vinacc 2012)

Pra quem não teve a oportunidade de comparecer a esse evento da Vinacc, certamente fará bom proveito do vídeo. A mesa é composta por:


Ricardo Bitun: Bacharel em Teologia e Ciencias Sociais, mestre em Ciencias da Religião – Universidade Metodista de São Paulo, doutor em Ciencias Sociais – PUC/SP, professor do Departamento de Pós Graduação em Ciencias da Religião na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Mauro Miester: Professor de Antigo Testamento e Coordenador do programa de Mestrado em Divindade (MDiv.) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Uziel Santana: Jurista, escritor, professor efetivo da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Diretor honorário do Núcleo de Extensão e Pesquisa em Relações Internacionais (NEPRIN-UFS). É Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPe) e Doutorando em História do Direito pela Facultad de Derecho da Universidad de Buenos Aires (FD-UBA).

Norma Braga: Escritora e professora. Atualmente, trabalha com tradução e revisão para editoras como Hagnos e Thomas Nelson. Doutorou-se em literatura francesa pela UFRJ.

Walter McAlister: Bispo primaz e presidente do Colégio dos Bispos da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida, Walter McAlister tem uma sólida formação acadêmica e teológica- que inclui os cursos de graduação e mestrado em disciplinas como psicologia e estudos bíblicos.

Augustus Nicodemus: Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, e Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie. É mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul), doutor em Interpretação Bíblica pelo Seminário Teológico de Westminster (EUA).

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Fonte: Site Consciência Cristã.

A igreja e o pós-modernismo: missiologia para os crentes brasileiros

O cristianismo brasileiro, embora sincero em muitas de suas manifestações, é extremamente intolerante com relação à cultura. Grosso modo, vive-se na igreja evangélica brasileira um dualismo acentuado nas relações entre “mundo” e “igreja”, de modo que tudo quanto é secular é tomado pelos crentes como coisa profana.

Quer seja nas roupas dos membros das igrejas pentecostais, quer seja na liturgia e na música dos crentes tradicionais, o fato é que no seu desejo de ser diferente do mundo, a igreja brasileira acabou por confundir exteriorismo com vida devocional interior.


A intolerância cultural pode ser vista por toda parte numa igreja que resiste em se contextualizar [1] para facilitar o acesso das pessoas à Cristo, à igreja e ao reino de Deus. Ela ignora que a contextualização tem um papel pedagógico na proclamação do evangelho, pois torna acessível a mensagem da salvação.

Para reverter este quadro, é preciso enfatizar o caráter encarnacional da missão de Jesus. Para relacionar-se conosco, nosso Salvador foi homem em todo aspecto da vida, exceto no pecado. Ele podia vir ao mundo cercado de anjos e numa carruagem de fogo, mas preferiu vestir-se de carne. Embora fosse Deus no sentido pleno da palavra, Jesus respeitou a nossa cultura e a assumiu, entendendo ser esta a melhor forma de comunicar o evangelho.

A igreja brasileira carece de reflexão cultural. Ela precisa entender que do mesmo modo como nem tudo que tem o selo “evangélico” é santo, também nem tudo que é secular é contrário a nossa fé.

Cristo, aquele que é infinitamente melhor que nós, assumiu a nossa cultura e lhe deu dignidade. E a igreja? Será que ela está disposta a assumir a cultura de modo a parecer-se com o mundo em todo sentido, exceto no pecado?

Como missionário conheço bem o impacto que este texto vai causar no coração de muitos crentes sinceros e devotos, porém habituados a dividir o espaço apenas com seus iguais. Contudo, penso que esta reflexão é indispensável a uma igreja que deseja ser missionária e alcançar os perdidos para Cristo.

Precisamos reinventar nossa liturgia e rever a práxis cristã, fazendo clara distinção entre pecado e cultura, pois a igreja que não encarna na cultura para compartilhar o evangelho, não compreendeu completa e perfeitamente sua missão.

“A igreja que impõe sua cultura aos demais, terá sérias dificuldades em comunicar o evangelho de Cristo em um mundo pós-moderno”.

Nota:

[1] A palavra contextualização foi usada pela primeira vez por um evangélico no congresso de em Lausanne (1974). Byang Kato, palestrante africano, discursou naquela ocasião sobre a necessidade de contextualizar o cristianismo à cultura africana sem deixar contaminar-se pelo sincretismo.

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Leonardo Gonçalves é missionário, e edita o Púlpito Cristão.

O sagrado e o profano na terra da paródia

Por Joêzer Mendonça

Na década de 1960, Paul van Buren e A. T. Robinson notaram que “a religião estava fazendo concessões aos titãs da cultura secular” e, na sua luta para escapar da obsolescência, estava se tornando mais semelhante à sociedade em geral.
O neopentecostalismo surge num momento em que as fronteiras entre sagrado e secular estão cada vez mais diluídas. No esforço eclesiástico de dar sentido ao conteúdo bíblico para as novas gerações, os tradicionais limites que separavam a igreja de um modelo cultural secular foram progressivamente apagados, levando a um processo de nivelamento entre o sagrado e o secular.
As igrejas cristãs contemporâneas reforçam a prática de sacralizar o profano, o que é visto em eventos como o “Carnaval de Jesus”, a “balada gospel” ou a “rave gospel”. O sociólogo da PUC-Campinas, Luiz Roberto Benedetti, entende que essa postura das igrejas revela que “há, aqui, mais do que transposição, um nivelamento entre sagrado e profano” (As Religiões no Brasil, p. 132).
Em seu trabalho de reforma espiritual da sociedade, vemos as igrejas atuais cada vez mais afeitas à mimetização de eventos musicais seculares. Muitas vezes, elas acabam assimilando o mesmo efeito de tantos espetáculos de entretenimento: muita música, muito som alto, muito marketing, muita diversão.
As cidades recebem apenas o impacto de multidões, movendo-se de um logradouro público a outro, de uma inauguração de igreja a outra, de um show a outro show. Levados à igreja supostamente pela música, os novos conversos são deixados à margem do estudo da Bíblia e sobrevivem espiritualmente pela graça de Deus e pelo poder dos chavões de cura, unção e prosperidade.
No entanto, vejo que, apesar da sinceridade que possa existir, muito músico intitulado levita tem brincado perigosamente na fronteira entre sagrado e profano. Essa fronteira é distinta daquela entre secular e sacro. O secular pode manifestar valores cristãos implícitos. O profano revela-se abertamente anticristão.
Veja o que diz a letra de “Ofertório”, de Adriano Gospel Funk:
Tem ofertante dizimista aqui? / Se tem, dá um grito
Tem mão de onça? / Se tem, vai ser queimado agora
Mano para de “caô” e deixa de ser enrolão
Se você não é dizimista “pode crer” tu é ladrão
A canção “Ofertório” apresenta características ligadas ao funk carioca, como humor descontraído, linguagem coloquial, tratamento irreverente de temas mais sóbrios e estrutura rítmica dançante. Em contraste com a seriedade e a solenidade que marcam as composições feitas para o tradicional recolhimento de dízimos e ofertas nas igrejas protestantes históricas, essa canção denota uma ambiguidade que apaga a seriedade da mensagem, já que seu teor humorístico confunde os limites tradicionais entre sacro e secular, a ponto de não ser possível definir imediatamente se a canção pretende incentivar ou satirizar a doutrina.
No mesmo espírito, o hit “Créu” foi adaptado para “Céu”. É como se batizassem a canção original e agora ela fosse capaz de emitir significados altamente espirituais e cristãos. Mesmo quem não pertence oficialmente a uma igreja, se permite fazer uma paródia gospel de sucessos seculares.
Não culpem os satiristas. Quem começou com isso foram os próprios evangélicos.
O hit do momento “Ai, se eu te pego” tem agora uma versão gospel chamada “Deus, eu te quero”. O compositor de tal paródia vai dizer que esta é uma forma de chamar atenção para o evangelho, mas muitos cristãos dirão que tal versão é mais um episódio do infindável catálogo de vexame gospel. E mesmo quem não crê no evangelho dirá que se trata de mais uma performance típica de um evangelicalismo intelectualmente decadente.
E ainda tem gente que acha que não importa como a mensagem seja pregada, o importante é pregar a mensagem! Pobre de nosso evangelismo que perdeu até os bons modos.


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Joêzer Mendonça é músico e doutorando em musicologia na Unesp. É autor do blog Nota na Pauta

Ao dizer que tudo é relativo, crio o absoluto, mas cadê a Verdade?

Por Antognoni Misael

“Se permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João 8.31b-32)

Esta passagem nos é oportuna visto que vivemos numa época chamada de pós-modernidade onde um de seus maiores clichês é afirmar que a Verdade absoluta não existe. Tudo é relativo! Portanto Jesus Cristo, a mais de dois mil anos nos deixou esta revelação de que a VERDADE existe, e ela tem um poder extraordinário: o de Libertar o homem.

Talvez você não tenha compreendido realmente o porquê dessa época ser pós-moderna. Ou talvez nem acredite nesta teoria, ou a considere distante de sua realidade. Mas o que ocorre, de fato, é que nós, muitas vezes sem percebermos, estamos sendo influenciados por tal concepção.

Antes de tirarmos algumas lições do texto eu queria fazer uma breve retrospectiva do pensamento histórico-filosófico do Iluminismo até os dias atuais.

No iluminismo a razão passou a tomar o lugar da fé. Os pensadores modernos rejeitaram em sua maioria o caráter metafísico e se opuseram totalmente aos pressupostos sociais, econômicos e religiosos da Igreja Católica no período do medievo – com certa compreensão visto que nos abusos desta igreja a Palavra de Deus já havia sido distorcida. Eles passaram a viver baseado no experimento, no amor ao conhecimento e ao próprio ego.

Fincado na razão, enquanto Immanuel Kant dizia: “Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço”, as palavras de Jesus ecoavam e ainda se faz ecoar transpassando gerações ao dizer: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).

Os avanços tecnológicos vieram nos séculos a posteriori. Mas a crise estava por vir no século XX. A racionalidade amalgamada na tecnologia legara duas grandes guerras mundiais – relatos dizem que Einstein chorou ao saber das criancinhas mortas pelo brutal efeito de sua invenção, a bomba atômica. Era isso que a razão nos traria?

A racionalidade fincada no homem sempre culminará em morte, pois existe algo mais profundo que a essência humanista sempre rejeitará: o próprio conceito de pecado – estes defendem de as noções de culpa foram invenções dos costumes judaico-cristãos. Ele entrou no mundo, e com ele a morte.

Os pós-modernos tentaram solucionar esta decepção com a razão através de outro tormento: a ausência da verdade. O filósofo Michel Foucault discorreu muito sobre isso em suas várias obras, contudo esse caminho passou a ser tão frustrante, pois se a verdade não existe, até o próprio discurso de Foucault é uma mentira. Sendo assim a vida passa a não ter sentido, a saber a verdade de cada indivíduo, que diga-se de passagem não é construída numa centralidade harmonizada, mas requintada de uma natureza corrompida. Uma verdade capenga, cheia de incertezas, e mais que isso, uma verdade em constante metamorfose.

A felicidade passa a ser uma busca ilusória. Portanto crer que uma Verdade Absoluta não existe a não ser como algo volátil, antiquado, certamente tornará a vida vã onde celebração do móvel realmente comprovará que neste sistema os indivíduos pós-modernos substituem “os poucos relacionamentos profundos por uma profusão de contatos poucos consistentes e superficiais” como diria o sociólogo Bauman.

É isso que você quer pra sua vida? Algo transitório, sem nexo algum, onde o ato de relativizar tudo é algo que por si só gera um absoluto (tão rejeitado)? É este tipo de relação que você quer viver junto com o seu próximo?

Queridos, notemos o que Cristo disse: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Ele próprio se apresentou como a Verdade. Destarte, o ato de conhecê-Lo leva-nos a olhar para dentro de nós e fazermos um exame – não pra sabermos se somos um sujeito da época do iluminismo, sociológico ou pós-moderno, mas para analisar se herdamos dentro de nosso ser algo chamado pecado. Se Rousseau acreditava que o homem era bom por natureza, e muitos chegaram a crer nisto, a Palavra já dizia o inverso: “somos pecadores, separados de Deus e carecemos dEle” (Rm 3.23) – qual o mais óbvio? Pense nisto.

Esta Verdade nos faz enxergar que muito embora alguns filósofos e pensadores tenham um caso de amor com a interpretação de mundo, as representações construídas, e que elas mudam de tempos em tempos, a essência do homem continua a mesma. E isto é fato! O homem continua a fazer o mal ao seu próximo, continua a cometer adultério, continua a desafiar a criação, continua se rebelando contra Deus. Por isso Cristo sempre será a Verdade! Conhecendo Ele, seremos novas pessoas que verão as coisas de outra forma, e a liberdade se fará dentro de nós!