Pastor de Guarabira é destaque no Púlpito Cristão por criar "Milagre Card"

Por Antognoni Misael
Ele se diz Pastor e Missionário. Inspirado nas indulgências medievais, Clóvis Lopes inovou criando o “Milagre Card”, onde oferece milagre em troca de depósito bancário. Tal pastor pertence à Assembleia de Deus Pentecostal Pai Nosso cujas congregações se fixam na Paraíba e em Brasília. No entanto, pra quem mora em Guarabira-PB, não é encontra-lo nas calçadas, ruas, praças, da cidade, às vezes com um carrinho-de-som e seu microfone abordando os transeuntes com sua retumbante voz e performance constrangedora.
Em seu cartão, Clóvis oferece o número de duas contas bancárias, o slogan da igreja, o e-mail, e mensagens de estímulo à contribuição, como: ‘Agindo Deus quem impedirá’ e ‘Desatando os nós’.
O blog Púlpito Cristão, através dos contatos deixados no cartão, tentou ouvir o pastor e obter respostas ás seguintes questões: De onde veio a idéia do Milagre Card? Qual é a justificativa usada para intitular um cartão de visita como ”cartão do milagre”? Porém a informação que recebeu do filho do pastor foi que, seu pai se encontra viajando em Brasília e só retornará à Paraíba em novembro.

A nova onda Neopentecostal em Guarabira

Por Antognoni Misael
Me preocupa a situação de algumas igrejas evangélica em Guarabira. Não bastasse as próprias imperfeições e problemas comuns presentes em qualquer instituição, sinto que a onda neopentecostal vem ganhando força na cidade e consequentemente arrastando com ela muita gente em busca de curas e milagres.
No último dia 13 o famoso “R.R. Soares” promoveu uma tarde de “Festival de Maravilhas” cuja população do brejo (das mais diversas denominações), demonstrando grande simpatia pelo astro midiático neopentecostal compareceu em peso ao evento no anseio de conquistar alguma proeza naquele local. Segundo estatística da imprensa, mais de 7000 pessoas estiveram lá; alguns tentaram chegar perto, outro almejaram tocá-lo. A “unção” deu indícios de ter chegado por ali. Quem pegou, pegou!
Recentemente li um cartaz num site local aonde uma igreja de nome tradicional a qual tenho muito respeito, fincada nos ideais da reforma protestante, anunciava um evento neopentecostal no qual várias pessoas cheias de “poder”, vindas de diversos cantos do mundo, distribuirão ações sobrenaturais e benesses para quem estiver presente. No anúncio já dá pra notar que já agendaram com Deus dia e hora pra o fogo descer. Leia o recorte que fiz do texto divulgado na net:
“De acordo com a organização do evento, haverá pregação do evangelho de Jesus Cristo, orações de fé pelos enfermos e problemáticos, curas, milagres, libertações e manifestações sobrenaturais do poder de Deus”.
Fonte: http://www.portalmidia.net/2011/07/vem-ai-a-cruzada-internacional-fe-e-milagres/
Como disse anteriormente, respeito a instituição, liderança, os membros que amo em CRISTO. No entanto, não significa que concorde com algumas ideias e práticas, a saber, tal evento. Onde estão os Lutero’s de hoje? Se não formos nós as poucas vozes de divergência com o sistema estranho que vemos no mundo gospel, quem será?
Bem. Refutando aos neopentecostais de plantão, trago em seguida alguns recortes do texto “Se Jesus fosse Neopentecostal de Felipe Almada, leia:
Se Jesus fosse neopentecostal, não teria feito simplesmente o “sermão da montanha”, mas teria realizado o Grande Congresso Galileu de Avivamento Fogo no Monte, cuja entrada seria apenas 250 Dracmas divididas em 4 vezes sem juros. (Mt 5:1-11)
Se Jesus fosse neopentecostal, não teria multiplicado pães e peixes e distribuído de graça para o povo, de jeito nenhum!! Na verdade o pão ou o peixe seriam “adquiridos” através de uma pequena oferta de no mínimo 50 dracmas e quem comesse o tal pão ou peixe milagrosos seria curado de suas enfermidades. (Jo 6:1-15)
Se Jesus fosse neopentecostal, ele até teria expulsado os cambistas e os que vendiam pombas no templo, mas permaneceria com o comércio, desta vez sob sua gerência. (MT 21:12-13)
Se Jesus fosse neopentecostal, quando os fariseus o pedissem um sinal certamente ele imediatamente levantaria as mãos e de suas mãos sairiam vários arco-íris, um esplendor de fogo e glória se formaria em volta dele que flutuaria enquanto anjos cantarolavam: “divisa de fogo varão de guerra, ele desceu a terra, ele chegou pra guerrear”. E repetiria tal performance sempre que solicitado. (Mt 16:1-12)
Se Jesus fosse neopentecostal, nunca teria dito para carregarmos nossa cruz, e que  perdemos nossa vida para ganhá-la, mas teria dito que nascemos para vencer e que fazemos parte da geração de conquistadores, e que todos somos predestinados para o sucesso. E no final gritaria: receeeeeeebaaaaaa! (Lc 9:23)
Se Jesus fosse neopentecostal, de forma alguma teria entrado em Jerusalém montado num jumento, mas teria entrado numa carruagem real toda trabalhada em pedras preciosas, com Poncio Pilatos, Herodes e a cantora Maria Madalena cantando hinos de vitória “liberando” a benção sobre Jerusalém. E o povo não o receberia declarando Hosana! Mas marchariam atrás da carruagem enquanto os apóstolos contariam quantos milhões de pessoas estavam na primeira marcha pra Jesus. (MT 21:1-15)
Se Jesus fosse neopentecostal, ao curar o leproso (Mc 1:40-45), este não ficaria curado imediatamente, mas durante a semana enquanto ele continuasse crendo. Pois se parasse de crer.. aiaiaiaia
Se Jesus fosse neopentecostal, não teria expulsado o demônio do geraseno com tanta facilidade, Ele teria realizado um seminário de batalha espiritual para, a partir daí se iniciar o processo de libertação daquele jovem. (Mc 5:1-20)
Se Jesus fosse neopentecostal, o texto seria assim: “ Mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um pobre entrar no reio dos céus” (Mt 19:22-24)
Se Jesus fosse neopentecostal, não teria transformado água em vinho, mas em Guaraná Dolly. (Jo 2:1-12)
Se Jesus fosse neopentecostal, ele teria sim onde recostar sua cabeça e moraria no bairro onde estavam localizados os palácios mais chiques e teria um castelo de verão no Egito. (Mt 8:20)
Se Jesus fosse neopentecostal, Zaqueu não teria devolvido o que roubou, mas teria doado ao Seu ministério. (Lc 19:1-10)
Se Jesus fosse neopentecostal, não pregaria nas sinagogas, mas na recém fundada Igreja de Cristo, e Judas ao traí-lo não se mataria, mas abriria a Igreja de Cristo Renovada.
Se Jesus fosse neopentecostal, não diria que no mundo teríamos aflições, mas diria que teríamos sucesso, honra, vitória, sucesso, riquezas, sucesso, prosperidade, honra…. (Jo 16:33)
Se Jesus fosse neopentecostal, ele seria amigo de Pôncio Pilatos, apoiaria Herodes e só falaria o que os fariseus quisessem ouvir.
Certamente, Se Jesus fosse neopentecostal, não sofreria tanto nem morreria por mim nem por você… Ele estaria preocupado com outras coisas. Ainda bem que não era!
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Espero que daqui pra lá, cartazes como este abaixo não apareça. Aí será tensão total e serei obrigado a voltar com todo vapor..rs

Veja como foi a estreia do Grupo GBTrês em Guarabira

Por Joseilton Gomes
Iluminada. A estreia do Grupo GB Três em Guarabira, na noite desta sexta-feira (15) foi, de fato, iluminada pelas luzes do palco, pelos flashes da platéia e pelo brilho da música. Jornalisticamente é assim que defino a primeira aparição pública do GB Três, grupo formado por Tony Misael (cordas e vocal), Rogerinho (teclados e piano), Jairo Alexandre (bateria) e Silvano Nery (cordas). 

Como fui convidado para apresentar o evento, eu pude observar cada detalhe e sentir aquele friozinho na barriga, que gente sente antes de entrar no ar durante um programa de rádio ou tevê e, principalmente, antes de encarar um público seleto, como o que estava presente no Teatro Geraldo Alverga 

A proposta do GB Três é trabalhar com música instrumental, pedagógica, educativa e cristã, sem rótulo religioso – do samba ao pop, da bossa ao baião, jazz (…) -, buscando apresentar a música como Arte, privilégio de poucos. 

Ao todo, foram executadas 10 canções, com participação especial de Suênia Santos(vocal), Vinícius (guitarra), Heliton (sopro), Jeferson (sopro) e Maxsuel (sopro)…  


*Eleanor Ribgy, The Beatles (instrumental, com arranjos de Rogério) 
*What Wonderfuol World, Louis Armstrong (instrumental, com arranjos de Jairo e Silvano) 
*Homem da Galiléia, Bianca Toledo (com arranjos de Tony e interpretação de Suênia Santos)  
*Sabiá, Luiz Gonzaga (instrumental, com arranjos de Tony) 
*O Caderno, Toquinho/ Trenzinho caipira, de Heitor Villa Lobos (instrumental, com arranjos de Rogério) 
*Só danço samba, Tom Jobim (instrumental, com arranjos de Tony e Jairo) 
*Boca de veneno, Tchero (instrumental, com arranjos e participação especial de Vinícius)  
*Distantes próximos, Grupo Logos (instrumental) 
*Eu sei que vou te amar, Tom Jobim (instrumental, com arranjos de Jairo e Silvano) 
*Você pode ter, Sérgio Pimenta (instrumental, com arranjos de Jairo e Silvano) 

…para uma platéia formada por músicos, produtores, críticos de arte e de gente inteligente, que curte e consome a boa música. 

Apesar das dificuldades financeiras, considerando que não foi um evento pago, o show aconteceu graças ao esforço dos membros do grupo – que rolam a noite pesquisando e ensaiando para se apresentar – e ao apoio de patrocinadores, como por exemplo, VOAX, JOKAUTO, COLÉGIO BETESDA, LOJA PONTES CALÇADOS E PÁGINA 27. 

Todos estão de parabéns, pela arte que puderam expressar através de um instrumento musical, incluindo os convidados e a jovem Suênia, pela interpretação e presença de palco.  


O que eu espero, a partir de agora, é que o Grupo GB Três continue promovendo outros eventos musicais com a participação de outros grupos. Independente da ajuda dos poderes públicos – municipal e estadual -, sempre haverá alguém sensível para colaborar com a difusão da música que é capaz de despertar do senso crítico e cultural do nosso povo.  

Pastores cancelam show de Oficina G3 por causa de brincos e tatuagens

 Por Antognoni Misael

Parece mentira o que está escrito no título acima né? Mas foi o que ocorreu em Goianésia-GO. Após alguns representantes das igrejas locais escolherem democraticamente a banda de rock Oficina G3 como atração evangélica que participaria do evento de Exposição Agropecuária – que comporta atrações seculares, mas que sempre reserva um espaço musical para católicos e evangélicos da cidade – , alguns líderes religiosos, não concordando com o estilo musical da banda acabaram acionando a comissão organizadora da festa e pedindo o cancelamento do show. Motivo? Segundo informou um site local (http://www.ocorreiogoiano.com.br/site/?p=noticias_ver&id=2183) a causa real estava relacionada a um “importante” líder da maior igreja do município que não concordava com o vestuário dos músicos: tatuagens no corpo, brincos e roupas espalhafatosas e outros acessórios que a igreja entende (segundo esse rev. santo) como um desrespeito a doutrina, além de que a presença desses músicos na cidade seria um “mau exemplo” para a juventude da cidade.
Gente, quanto mais tenho conhecimento de fatos como esse, mais passo a ter “medo” das ações e pensamentos dos “evangélicos”. Que vergonha de exemplo para os crentes dessa cidade! O que irá pensar sobre os cristãos, a galera do rock, os skatistas, os tatuados, os que usam roupas espalhafatosas? Que igreja é essa que exclui por aparência? Quem esse tal líder pensa que é? Se acha um exemplo, um modelo, um padrão de imagem divina? Me digam qual a imagem do crente? (ou se a sua imagem é a sua própria vida) Minha gente, por que tanto farisaismo? Cristo em nenhum momento das escrituras discriminou usos e costumes, nao obstante, foi contundente com aqueles que se achavam mais puros e corretos. Nessas alturas não sei o que é pior: empurrar os pecados imorais pra debaixo do carpete do púlpito pastoral e viver na aparência de santidade ou se vestir de uma capa brilhosa de fariseu. Além disso, se o pastor não curte rock, não dá pra enfiar de goela abaixo seu gosto musical na juventude das igrejas que nesse momento ansiava por um som mais pesado e longe dos arquétipos de louvor e adoração “Valadão”, “Brum”, “Barros” tão enjoados e como diria João Alexandre cheios de”meras repetições”.
Conheço bem o Oficina G3, e embora sigam algumas regras de mercado gospel ( se bem que o público dos caras está mais maduros e muito dessa rapazeada nova foi fisgada pela chuva de Fernandinho e pelo britpop de Valadão), reconheço  a verdade de que muita gente do rock curte o som dos deles, principalmente a galera que não professa a Cristo, sendo assim imagino a importância que o grupo tem no semear da palavra nessa turma diferenciada. 

Quero registrar também que recentemente fui a um evento de música onde  o Juninho Afram pregou para um público de músicos através de conceitos fundamentais da musicalidade. Tudo foi tão proveitoso e estimulante, pois nunca tinha visto alguém fazer de um evento secular (workshop) um canal de evangelização de forma simples e sem cara religiosa. Essa atitude do Juninho foi tão cristã e soou tão bem, cujos elogios  por parte de crentes e não crentes presentes no evento, perduraram durante vários dias em reverberação na cidade de João Pessoa. Coisa que o tal pastorzinho ainda precisa aprender! Lamento.

Sinceramente, penso que muitos que se acham grandes homens de Deus na sociedade e na igreja precisam de fato encontrar-se com Jesus e com seus padrões de humildade e essência (não aparência), enquanto que os pequenos homens, mesmo tatuados, com vestes estranhas, ou cantando sob som de guitarras distorcidas, por serem tão ousados e incluidos na juventude precisam continuar cada vez mais diferentes e parecidos com Cristo, com certeza assim serão instrumentos de Deus na vida daqueles que vivem nos guetos de nossa sociedade.

Igreja Presbiteriana de Guarabira tem novo Site

Recentemente a Igreja Presbiteriana de Guarabira lançou uma nova versão do seu site http://www.ipguarabira.org.br. Demonstrando estar atenta e atualizada ao que acontece na cidade e no mundo, o site contém artigos, reflexões, vídeos, agenda, áudio e galerias de fotos. 
Como o lema “A igreja que valoriza a pessoa glorificando a Deus”, a IPG tem sido uma referência de empenho, compromisso e transformação social e cultural no meio onde está inserida, buscando sempre refletir a vida de Cristo, para que as pessoas O reconheçam como suficente para a vida.
Não deixe de conhecer e acesse!

Os Evangélicos em Guarabira: da guerra fria a unção multipolar

Por Antognoni Misael

A história mostra que os primeiros evangélicos que aqui se organizaram foram os batistas, com um templo central próximo a antiga Telpa, em seguida os congregacionais e depois os assembleianos. A priori, a realidade daquela época não parecia muito com os dias de hoje; ser mais, ou menos crente, era um sinal constatado pelo tamanho da Bíblia que o irmão usava e pelas vestimentas esquisitas que o rebanho se vestia.

Testemunhas oculares contam que mesmo naquele tempo já havia alguns atos estranhos que me fez lembrar as esquisitices de hoje, tipo: subir ao monte para orar buscando estar mais perto de Deus, levando algum sacrifício para Ele; profecias de morte, de futuros casamentos, revelações sobre adultério; pessoas que entravam em transe, etc. Por motivos que desconheço, naquele tempo as representações passaram a não se bater, e duas dessas três denominações travaram o que chamo de período Bipolar na cidade (nesse fogo cruzado a pregação se resumia em “ou aceita Jesus ou vai para o inferno” – quem é desse tempo sabe que o muito que se foi pregado foi o evangelho da condenação, e não das Boas Novas). Se uma tinha “fogo demais”, a outra era fria que virava “gelo” – eu mesmo já presenciei isso dentro de minha família que era igualmente bipolar. Enfim, mesmo havendo algumas trocas de farpas, nada que gerasse um embate mais sério ocorreu, ficando consecutivamente cada um no seu quadrado.
De alguns anos prá cá, a cidade passou a ser alvo de implantação de igreja – e apesar de isso ser bom, claro, pois o Evangelho passou a ser mais propagado, em mim foi gerada certa desconfiança a ponto de questionar se o que vale a pena é a qualidade da semente ou sua quantidade avulsa jogada no solo dessa terra de garças azuis. Na verdade posso afirmar que em relação aos evangélicos, o panorama é hoje multipolar pois tem igrejas pra todos os gostos. Tem igreja de: fogo pra quem quer fogo, dom pra quem quer dom, bens pra quem quer bens, dinheiro pra quem quer dinheiro, cura pra quem quer cura, milagres para quem quer milagres… Enfim, meu medo é que as pessoas busquem somente as coisas de Deus e não o Deus das coisas, que não sejam consumidores de Deus, mas colaboradores do evangelho.

O que me entristece diante disso é saber que algumas igrejas foram implantadas sob pretexto de divisão. Existem algumas de mesma expressão denominacional, mas que não se entendem por questões banais ou de caprichos da liderança. E nesse caleidoscópio de templos e mais templos, já é comum ouvir boatos de que em tal igreja nova Deus está agindo grandemente, pois profecias, revelações, dons e bênçãos de curas e vitória financeira são vistas e liberadas em quase todos os cultos ali realizados. Então acontece o êxodo (não aquele de Moisés, claro, rs.), tooodoo mundo corre pra lá atrás do vaso na ânsia de receber o que está precisando.

É…não custa esperar pra ver que em alguns casos (não generalizo) restam no fim apenas pessoas feridas, decepcionadas e palhas do “fogo” espalhadas ao chão. Uma amiga confidente foi a um culto de uma determinada igreja na cidade e me deu a bizarra surpresa que existe um tal “profeta” que vê caixão, foice passando pelo meio da igreja, cova de cemitério no chão do templo, anjo, arcanjo, queda de cabelo, tumor, demônio em ventilador e tudo que se imaginar. É um salve-se quem puder! Dá pra acreditar nisso? O cara é um privilegiado, um homem de honra cheio do poder de Deus!
Ainda sobre as implantações de igrejas, noto que outras são meras invenções de quem se acha com o dom de liderar, pregar e por não se dedicar ao preparo ministerial e estudo da palavra, argumenta pra si mesmo que Deus lhe deu a “unção pastoral”. Ao que noto, muitos querem apenas o poder, o estar à frente, o “ser o maior”, e isso é muito sério porque contradiz os ensinamentos de Jesus: “Se alguém quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos” (Marcos 9.35), e aquele quer ser o maior seja o menor entre todos.
Como partícipe dessa história, oro pra que nós evangélicos voltemos para a Cruz de Cristo, e tendo Ele como ponto de encontro, levantemos a bandeira do evangelho cidade. Gente, Cristo deve ser o centro de tudo, Ele é suficiente! Chega de tanta gente entulhada em templos querendo somente consumir! Não adianta creditar essas pessoas de dom sobrenatual, quando a vida cotidiana não condiz com a unção que declara ter. Tô cansado de tanto falso véu! Quando digo que agora a coisa tá multipolar, é porque cada um faz do modo que quer, do modo que interpreta as escrituras, ou melhor, às vezes nem as lêem, apenas dizem que sentem algo diferente, e isso é um aviso de Deus! Eu lamento.
A cidade quer se envolver com todos nós e precisamos acreditar que de fato, Deus desceu do Céu, se fez homem, conviveu com os piores homens de seu tempo, sendo sal e luz para eles nos mostrando o Caminho do Amor incondicional! Viver o Evangelho é simples, é só imitar a Jesus.
Certo dia um grupo colocou uma faixa na rua que dizia: “Guarabira é do Senhor Jesus”! Aí eu digo: não é, e dependendo dos evangélicos, nunca será! Chega de visar as coisas grandes demais esquecendo da simplicidade da vida de Jesus! Chega de se achar melhores que os outros, e inclusive melhores do que aqueles que não professam a mesma fé! O fato de Deus habitar em quem o recebeu não é privilégio nem preferência, mas pura Graça!
Termino dizendo que diante dessa mistura de denominação, heresias e engeliquês da “unção”, ser crente no Brasil e na cidade não é fácil. Todas as vezes que eu me identificar como cristão será necessário, sempre, esclarecer sobre que tipo de cristão eu sou – isso porque não quero ser confundido com os “profetas” das unções esquisitas.

“Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir.” (Martinho Lutero)

Guarabira: os bens materiais x ser humano

Durante essa semana pude realmente refletir sobre algumas situações importantíssimas para qualquer pessoa que reside na cidade de Guarabira-PB, a grande capital do brejo, e que já foi a capital nacional dos OVNI’s (será se ainda é?). Pois é, hoje ela é a capital do descaso em relação ao ser humano. Digo isso porque constatei a seguinte coisa: “qualquer bem material é melhor cuidado do que um ser humano aqui”.
Veja só, semana passada o gás de cozinha secou enquanto uma panela de feijão estava quase no ponto, então liguei para o disque gás, e em 5 minutos o problema estava resolvido; em seguida os cartuchos de minha impressora secaram, então fui até o local que recarrega, e em 20 minutos tava tudo ok. Daí pensei, se meu carro de repente ficar no “prego”o que fazer? Concluí, não falta oficina e nem mecânicos de todos os tipos e especialidades para não deixar os automóveis da cidade morrerem, portanto, tá tudo sob controle. E se por acaso precisar recarregar meu celular, comprar uma câmera fotográfica, um notbook, uma moto ou fazer um empréstimo no banco? Fácil. Em Guarabira você encontra rapidinho, e mais, você já sai com o produto ou o dinheiro na hora. Tudo é prático e instantâneo. Mas infelizmente quanto à questão da saúde isso não funciona, e com certeza isso não é um problema apenas local, mas de abrangência nacional.
“Tenha um cartão telefônico, mas não tenha um cartão de plano de saúde.”
Apesar de pagar plano de saúde, ontem (13/03/11) novamente acabei indo para o hospital mais requisitado na cidade. Isso porque ao chegar a uma clínica famosa daqui no dia 11/03/11 para atender um parente meu, recebemos a notícia de que lá não mais se atendia pelo plano de saúde que ele usava. Eram 13:50h. Nos dirigimos a um hospital que por sua vez ainda atendia por tal plano, e às 14:20h fomos atendido, no entanto lá foi receitado um hemograma para ser realizado só no outro dia pela manhã, e em outra clínica, visto que o doutor que lá atendeu não estava cadastrado em algum tipo de conselho que não lhe dava autonomia de receitar e fazer os procedimentos legais. Às 14h30min voltamos para casa sem nada a fazer, só esperar.
Ontem foi a vez da minha esposa. Ela passou mal após uma intoxicação causada por um produto de dedetização. Como já conhecíamos bem o hospital que atende por nosso plano de saúde, nem pensamos em passar novo vexame, pois é… Da última vez precisamos argumentar e convencer a recepcionista de que minha esposa estava com dores e que era necessário uma consulta, enquanto isso ela dizia: “só estamos atendendo urgências”. Pois é, pra não reviver o passado fui direto para o hospital do “povão”. E foi lá que minhas impressões realmente se confirmaram: “objetos são mais bem tratados que seres humanos”.
Primeiro esperamos uns 30 minutos para sermos atendidos pelo médico. Ele dava assistência a um senhor que vomitava sangue e que de forma descontrolada xingava todas as técnicas e enfermeiras e se negava a receber sangue e soro. Seu estado era grave e muito preocupante, seu descontrole se dava aparentemente pela dor que sentia e por estar com medo da morte, todavia ninguém conseguida segurá-lo. Era preciso transferi-lo para outro hospital, possivelmente algum da capital, pois aquele homem não parava de perder sangue. A confusão toda para contê-lo durou uns 30 minutos, e já eram 01:30h da madrugada quando a ambulância partiu com ele para outro destino quando a enfermeira plantonista inconformada desabafou: “é desumano as condições que temos para trabalhar aqui, só temos nesse momento um medico, uma enfermeira e uma técnica para atender as emergências, pois a outra acabou de ir a João Pessoa junto com a ambulância levando esse cidadão”. No mesmo momento o recepcionista informa que um cidadão baleado estava a caminho vindo de outra cidade em busca de atendimento emergencial. A essas alturas nós já estávamos desistindo e percebendo que aquele problema de ardor no rosto de minha esposa era irrelevante diante daquele caos hospitalar que ao mesmo tempo se misturava com o cômico quando um casal indomesticado e movido a álcool aproveitava a ausência dos funcionários para dar uns beijinhos e amassos na sala de nebulização no corredor hospitalar – que fantasia hei?! Pra piorar, tinha um bêbado na nossa frente que exigia tomar um soro para não trabalhar no dia seguinte e passeava pelo corredor do recinto com o receituário na mão e cantarolava “vô não, quero não, minha preguiça deixa não”.
Enfim fomos atendidos às 02:00h da madruga. Minha esposa recebe aquela “carinhosa” aplicação injetável das simpaticíssimas funcionárias do estabelecimento e depois fomos pra casa dormir. No dia seguinte a primeira coisa que disse a ela foi: “eu tive um pesadelo esta noite, pois sonhei com um hospital maluco onde não havia atendentes, e tinha um casal se beijando na enfermaria e um bêbado se equilibrando no corredor da “morte””. Ela respondeu então: – “eu também tive esse pesadelo.”