Os problemas do movimento gospel no Brasil

Por Renato Vargens
O Movimento “Gospel” é um progresso no cristianismo brasileiro? Temos vivido um avivamento sem precedentes na história de nosso país? Veja um pouco sobre os Problemas do Movimento Gospel no Brasil através da pregação do Pr. Renato Vargens na Conferência Cante as Escrituras no Rio de Janeiro.
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Acesse o blog do pastor Renato Vargens e acompanhe suas mensagens.

Isto é Gospel!

Por Antognoni Misael 

Ao falar sobre música cristã no Brasil, volta e meia sempre volto ao tema do Gospel. Recentemente, num projeto acadêmico realizei uma pesquisa sobre o tema propondo um olhar sobre o gospel enquanto invenção. Meus argumentos permeiam sobre uma análise cultural pautada na indústria evangélica solidificada na década de 90, discutida inclusive em um de nossos textos anteriores.

 – Podemos fazer música gospel? Sim, claro, como mostrou a performance do prodígio Jotta A. no vídeo acima (embora ele tenha temperado com soul, hip hop). Entretanto que se compreenda que este como estilo musical precisa de diretrizes estéticas que o tornem de fato uma canção gospel. Quem faz um samba com guitarras e distorções, certamente não o fará, assim como há muito pop rock, balada romântica, se denominando gospel.

A canção estilo gospel é, grosso modo, de base folclórica da música norte-americana. Ela foi sendo ressignificada com o passar dos anos, quando alguns elementos sonoros passaram por processos híbridos modificando assim o gospel mais rudimentar, contudo seus elementos ainda permanecem bem presentes na música religiosa norte-americana.

Curta os vídeos desta postgem e sinta um pouco da espontaneidade, das escalas, técnicas e improvisos, comuns na balsa musical advinda dos cantos e respostas do worksong, blues and jazz, presentes no gospel. Essas sim, são canções gospel!

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Os vídeos são respectivamente de Jotta A., Mahalia Jackson, Harlem Gospel Choir, Deitrick Haddon.

A invenção do gospel no Brasil

Por Antognoni Misael

A década de 90 foi sem dúvida a década do crescimento para os evangélicos no Brasil. Crescia uma igreja de face, até então, desconhecida, mas que participava de uma dinâmica fragmentadora inerente do fenômeno da globalização e que assistira o recente triunfo do capitalismo sobre o socialismo. A indefinição evangélica decorria da chegada de vários segmentos religiosos embarcados na chamada Teologia da Prosperidade, dentre eles os grupos neopentecostais e subdivisões dos pentecostais. Apesar disso, o aumento numérico foi estrondoso: de 1991 a 2000, o crescimento dos evangélicos chegou a superar em quatro vezes o crescimento da população do país (estes cresceram em 7,43% enquanto a população 1,63%).
Essa época viu esse segmento tomar espaços de mídia, fazer aquisições de redes TV, rádios, gravadoras, passando a ocupar um lugar de influência direta na vida social, cultural e econômica dos fiéis. Foi nesta mesma década que grandes gravadoras evangélicas se organizaram e passaram a abastecer e reger um mercado de música gospel, entretanto a própria marca “Gospel” teve sua patente comprada e registrada por um dos grupos neopentecostais (Igreja Renascer), portando assim uma representação imponente e promissora nessa indústria recém-formulada e que ainda hoje se mantém numa crescente espantosa. O impacto dessa indústria cultural evangélica no decênio citado funcionou satisfatóriamente sob o epíteto do gospel que cuidou de imediatamente se aparelhar como uma organização econômica de produtos diversificados: artistas, Bíblias, grifes, livros, etc.  
Contrariando qualquer análise denominacional ou fundamentalista, o que discuto aqui é a importação do termo “gospel” para a música brasileira vide música gospel percebendo que enquanto produto cultural, ela pôde ser (re)inventada em outro tempo e espaço dentro de um mercado altamente lucrativo.
Para devido esclarecimento, chamo de “representações” os símbolos que são construídos historicamente e socialmente dentro da sociedade; sendo assim resta-nos resolver esse impasse quanto a significação do gospel no Brasil: sua representação tem a ver com a música spiritual negro, blues, jazz, underground? Certamente não. Veremos.
O termo “invenção” remete a descontinuidades, ao heterogêneo, ele está articulado muitas vezes numa estratégia, num projeto de grupo, e isso se evidencia logicamente quando percebemos uma chegada tardia do gospel na música brasileira sob a estranha composição sonora quanto aos padrões musicais e estéticos inerentes ao Gospel norte-americano.  Aliás, aqui já respondo o que indago no parágrafo passado: – O gospel no Brasil tem a ver com spiritual negro, blues, underground? – Não! Primeiro porque não tem absolutamente indícios de elementos musicais negro, segundo porque não porta um passado histórico radicado no sentido cultural da música; afinal nossos negros tinham igrejas protestantes? Faziam algum lundu ou maxixe evangélico?
A música gospel fez parte de um processo histórico e cultural no século XIX nos Estados Unidos através do “Grande Despertar”, um acontecimento que mesclou negros e brancos pobres fazendo com que estes pela primeira vez se unissem sob pano protestante, frenético e igualitário. Interessante notar que este acontecimento ocorrido não foi uma imposição vinda de cima, mas uma conversão em massa vinda de baixo elevando a música religiosa para um status de música do povo. Eric Hobsbawm (historiador) em sua obra História Social do Jazz (relançado em 1989) denota a religião protestante nos EUA como um reduto conservador do gospel, cuja preservação das características rudimentares dessa música recheada de traços de negritude se deu efetivamente: as canções de trabalho, o blues, o coral, etc., dando uma estética própria na então música gospel. Essa formatação se deveu principalmente ao fenômeno de urbanização onde as igrejas forneciam um pólo comunitário isolado importante para o “fazer” musical.
O gospel norte-americano tornou-se comercial? Sim, óbvio. Mas este processo cultural possibilita, entre 1930 e 1950, o gospel expandir-se pelo mundo além de explorar os truques, fórmulas, repetições rítmicas e padrões de canto e resposta. O gospel vide EUA passa a ser um produto elementar, no aspecto folclórico que tinha, porém apropriado, por uma indústria que o sofistica, o ressignifica como produto lúdico co-participante de uma época de forte venda de entretenimento. Mas, veja que isso não significou a anulação dos elementos de identidade desse estilo. Permaneceram, mesmo que moldados a uma fórmula. Particularmente, quando ouço Take 6, ou Mahalia Jackson, por exemplo, grosso modo sei identificar os elementos estéticos do gospel ali.
Por outro lado a música religiosa no Brasil contém processos históricos dissonantes com os ocorridos no norte da América. Do cantochão trazido pelos jesuítas aos hinos europeizados vindos nas bagagens do protestantismo, perpassado mais através de fontes orais do que documentais, a música religiosa aqui passa a adotar tardiamente o epíteto gospel (em meados dos anos 1990) – Por que isso ocorreu tardiamente? Por que não se chamava de gospel as produções religiosas dos anos 70/80, por exemplo? De certo esse gospel não significa do mesmo modo um blues ou um jazz brasileiro em seus componentes sonoros, mas sem dúvida, a invenção de uma marca de conotação comercial enquanto integrante de uma recém-indústria de música religiosa.
Temos uma música gospel? Sim temos. Mas vale salientar que ela é uma invenção; ela não participa dos nossos processos históricos. Ela existe por que surge dentro de um momento propício, ela surge dentro de uma estratégia, tendo nós como legitimadores.
Ser gospel no Brasil, lembre-se, não tem nada a ver com o som spiritual da Black music, underground, blues. Gospel aqui atualmente está mais pra Globo, Som Livre.

Viva ao Brasil (in) dependente!

Por Antognoni Misael
Brasil, um país de “TODOS”, uma nação “independente”, um “paraíso tropical”; estes são alguns dos adjetivos de nossa “Mãe Gentil”. Hoje, 7 de Setembro, em todos os Estados brasileiros os desfiles cívicos e as celebrações formais homenageiam a pátria pelo aniversário de sua independência.
De fato realmente foi uma independência marcada pelo joguete político. Se devíamos um enorme montante aos ingleses, após uma manobra caímos nas garras dos norte-americanos sob um absurdo valor de uma dívida externa infinda. Tudo herança portuguesa. Um país estuprado pelos colonos que teve os verdadeiros “donos” dizimados, os escravos massacrados, e que seguiu o curso da história com a pedagogia cruel de tirar proveito de todas as situações.

Os colonizadores tiraram proveito de nossas riquezas; os reis, os burgueses, os políticos, os países, até que nós mesmos fomos contaminados por esta (in)consciente herança: eu quero é me dar bem!

Quem é o Brasil? País do futebol? Do samba? Do Lula? Das belas praias? Da garota de Ipanema? Da floresta amazônica? É… não importa saber quem é o Brasil, o que vale é comemorar que somos independentes, afinal ninguém manda mais em nossa terrinha tupiniquim. Será?

Morre John Stott, um dos mais piedosos líderes cristãos do século 20

Por Renato Vargens
Acabou de falecer aos 90 anos o Pr. Anglicano John Stott. É com pesar que recebi a noticia do falecimento de uma maiores pastores evangélicos de todos os tempos.
Particularmente eu devo muito a este grande homem de Deus. Seus livros contribuiram significativamente para a minha formação teológica.
John Robert Walmsley Stott, CBE (27 de abril de 1921 – 27 de julho de 2011) foi um líder Anglicano britânico, conhecido com uma das grandes lideranças mundiais evangélicas.
Serviu como Presidente da Igreja All Souls em Londres desde 1950. Estudou na Trinity College Cambrigde, onde se formou em primeiro lugar da classe tanto em francês como em teologia, e é Doutor honorário por varias universidades, na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Canadá.
Uma de suas maiores contribuições internacionais são os seus livros. John Stott começou sua carreira como escritor em 1954 e escreveu mais de 40 títulos e centenas de artigos, além de outras contribuições à literatura cristã.
Entre os seus títulos mais famosos estão:
Cristianismo Básico.
Crer é Também Pensar.
Porque Sou Cristão.
A Cruz de Cristo.
Eu Creio na Pregação.
Firmados na Fé.
Cristianismo Equilibrado.
Entenda a Bíblia.
Cristianismo Autêntico.
O Perfil do Pregador.
Ouça o Espírito, ouça o mundo
A sua obra mais importante, Cristianismo Básico, vendeu mais de 2 milhões de cópias e já foi traduzido para mais de 60 línguas. Billy Graham chamou John Stott de “o mais respeitável clérigo no mundo hoje”.
John Stott, combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé!
Com dor no coração.
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Renato Vargens é pastor, teólogo e colunista no Púlpito Cristão

Grupo Logos: 30 anos de ministério

Por Antognoni Misael

Em mais uma oportunidade pude reencontrar o antigo e guerreiro ônibus do Grupo Logos – o velho dinossauro, substituto legal do pequeno Micróbio (antigo micro-ônibus) -, e claro, rever o incansável Paulo Cezar, só que desta vez, infelizmente desacompanhado de sua principal companheira, sua esposa Nilma, que ficara no sul do país dando assistência a sua netinha recém nascida. Mas apesar dos desencontros, creio que nenhuma temporada é tão especial quanto esta, pois completam-se 30 anos de um aguerrido ministério que passou e passa maior parte dos 365 dias anuais cantando em  vilas, praças, teatros, templos, falando do amor de Jesus de uma forma simples, clara e objetiva.

Nesta última quarta-feira (08-06-11) estive em Sapé-PB, 40 km de João Pessoa, e mais uma vez, e desde 2002, pude ir ao encontro do que considero o maior exemplo de grupo musical em atuação no meio evangélico. Logos é sem dúvida é um ministério que tem a qualidade e um caráter abalizado numa visão totalmente cristocêntrica, comportando-se hoje como o contrário do “normal” na música gospel, longe de todo fetichismo dos jargões e modismo que aparecem e somem repentinamente nos repertório cantados em boa parte das igrejas do Brasil – um diferencial vivo de convicção, realização e comprometimento com o reino.

Em um desses anos que estive com Paulo Cezar, ele comentava sobre as implicações de terem escolhido um caminho longe do estrelismo, e da busca desenfreada pelo topo da fama… E certa vez, contou ele, quando gravava em estúdio o seu último disco lançado até então, Pescador, recebeu a visita de um grande produtor (de nome não revelado) que de forma enfática elogiou a beleza e profundidade de como falava de Deus em suas canções, mas ao mesmo tempo, relutando, sugeriu que ele mudasse seu estilo e que fizesse canções a gosto do mercado, pois por esse caminho, o sucesso, as vendas, os contratos e a fama logo chegariam (caminho possível, mas perigoso, pois poucos são os crentes que sabem andar por ele sem que se corrompam ao próprio orgulho e soberba).

“Primeiro a vida, depois a performance”, é o que sempre repito em minha devocionais, pois é o que tenho buscado como ideal de respaldo para com o que falo. Percebo que a vida do Grupo Logos fala tanto quanto suas canções. Nem todos que cantam “Quem tem posto a mão não pode mais olhar atrás”, realmente vivem isso, muito mais numa época em que ser artista evangélico está relacionado a ser famoso, rico e bem sucedido – não é raro encontrar gente sem vocação ministerial se frustrando por não ter sido percebido, prosperado e aos padrões sócio-religiosos ter se tornado uma referência eclesiástica.
Falando-se em Logos realmente não dá pra por a mão no arado e olhar atrás quando nota-se uma agenda diária e anual onde a cada dia viaja-se em média de 200Km a 300km, de cidade em cidade, de igreja em igreja, pelos quatro cantos do Brasil, levando junto às comunidades a palavra e a vida de Jesus. E detalhe, sem querer expor ou estipular valores, garanto que o preço gasto por uma igreja que recebe o Logos em sua congregação não se equipara nem a metade dos exacerbados custos dos “grandes” ícones do Gospel (prática longínqua dos mercenário da fé e dos grupos que ostentam a 1ª classe no meio cristão).
O culto na igreja Congregacional de Sapé foi bastante edificante, Deus realmente falou aos nossos corações não só através das canções do Logos, mas da palavra ministrada e das pessoas ali presentes. Gente humilde, simples, com ouvidos atentos as palavras do Senhor e simpatia plena nos rostos daqueles irmãos. Um dos mais belos momentos mais relevantes pra mim foi quando foi cantada as canções O Evangelho, cuja letra repleta de verdade exalta sobremaneira ao Deus verdadeiro sob a visão de um Evangelho puro e incontestável, e a célebre canção Autor da Minha Fé, que sempre finaliza os repertórios do Logos.
Sábado, dia 18 deste mês, Logos estará novamente aqui na Paraíba, só que agora em Campina Grande-PB, onde celebrarão os 30 anos de ministério. Quem puder ir, não deixe pra depois o que pode te edificar hoje. Abaixo uma das mais belas e recentes canções do Logos. 

Pescador


Quando o Senhor Jesus
Chamou meu coração
Não fez um convite descuidado ou impensado
Não quis apenas ser gentil ou educado
Mas deixou claro que havia algo importante a ser feito

Mas para que esse algo eu conhecesse

Era preciso andar junto com ele
E necessário pensar os seus pensamentos
E amar pessoas com o seu amor
E conhecer também de perto a dor
E os vales mais profundos
Provar aos poucos uma solidão
E o desamparo desse mundo
E aprendendo assim a depender a cada dia mais
De suas mãos

Quando Ele me chamou

Não fez promessas humanamente convincentes
Nada que me enchesse os olhos
Apenas disse que me faria um pescador
Mas pescador de peixes eu sou
E na verdade há muitos outros como eu
Nós pescamos coisas distintas e mesmo que você não sinta
Sua vida algo vai buscar

Quem sabe um dia desses você vai sentir também
Quem sabe um dia desses você vai pensar também
Quem sabe um dia desses você vai ouvir a mesma voz
Ou quem sabe um dia o fará mudar de atitude, vida, rumo e de propósito.


Igreja Evangélica Brasileira: uma descontextualização através da música

Com a legitimação da Indústria Cultural no meio evangélico e a implantação da marca “Gospel”, a igreja brasileira nos últimos anos tem sofrido uma forte descontextualização em relação a música. Verdades bíblicas têm se reduzidos a chavões religiosos, frases de efeito e melodias de rápida assimilação. Essa música inserida na lógica do concorrido mercado da música nacional, não só foge dos padrões brasileiros em termos sonoros, mas aparenta convergir com as mesmas engrenagens mercadológicas da música secular. A questão passeia por toda a comunidade evangélica brasileira: um verdadeiro nicho cultural de variadas vertentes.
Aqui trago rapidamente a nossa memória a histórica resistência por parte de algumas igrejas reformadas, relacionada à musicalidade intrinsecamente nacional, onde a preservação dos moldes europeus ainda persiste na forma de culto, na arquitetura, no uso apenas do órgão como verdadeiro instrumento sacro liturgia do culto. Para esta vertente, os instrumentos afro-brasileiros e sua música representam elementos de uma herança cultural pecaminosa, além de se tornarem uma ameaça às letras das canções as quais podem distrair o ouvinte do objetivo central que é entender a mensagem cantada para poder adorar a Deus. Definitivamente, esse tipo de visão nem chove nem molha para o mercado gospel, afinal nem para o Mercado nem para essas denominações a ideia de contextualizar é interessante.
Consta na história da música evangélica que foi a partir dos anos 1970 que aconteceram os primeiros registros de uma mentalidade musical nacional vinculada a um grupo de nome “Vencedores por Cristo” e outros grupos, no entanto essa projeção de brasilidade ainda hoje restrita a uma pequena porcentagem de manifestações evangélicas foi ofuscada fortemente na década de 90 quando o Mercado Gospel passou a ser o “levita” da grande maioria das igrejas no Brasil – não discuto se o mercado é bom ou mal, mas aponto sua postura unilateralmente importada.
Pesquisando a fundo sobre esse assunto, notamos também uma considerável ausência da musicalidade popular brasileira nos cultos religiosos das igrejas neopentecostais de médio e grande porte, cuja forma, mesmo apresentando indícios de sofisticação, traz uma linguagem descontextualizada em relação ao cosmo cultural, e uma sonoridade importada do gospel internacional (é comum ouvir vários Michael’s W. Smith, Hillsong’s em versão tupiniquim). O próprio termo “Música Gospel” surgido no início do século XX através das músicas religiosas dos negros nos Estados Unidos e que passou a ser utilizado no Brasil por volta da década de 90 por um determinado grupo, hoje não parece ter relação alguma com o seu significado contextual, aproximando-se mais de uma espécie de rótulo, marca ou produto demandado por um mercado evangélico (Gospel) para um grande público consumidor.
Diante da diversidade cultural da nossa Terra de Vera Cruz, ressoa a pergunta: por que o uso do baião, samba, frevo, bossa, maracatu, etc., é tratado com tanta desconfiança? Essa ausência nas igrejas é uma justificativa religiosa? Ou mera importunidade ocasionada pela lógica de consumo do mercado gospel?
Imaginamos que na nossa colonização “espiritual” não houve por parte dos missionários europeus e americanos simpatia com as músicas e danças aqui existentes, mas as coisas evoluíram né? Pois é, nessa área ainda não pois a atual “música gospel” do Brasil ainda é palco de uma descontextulização grave. Que essa realidade possa mudar, e que nossa nação possa vestir a própria roupa cultural e cantar: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”!

Texto baseado no Projeto de Pesquisa “A Igreja Evangélica Brasileira: uma descontextualização através da música”. (Pós-Graduado em História Cultural)