A sensibilidade de um grande artista: depoimento de Chico Anísio

Este vídeo é um depoimento do grande Chico Anísio. Um relato cheio de marcas da vida, sensibilidade e poesia. Emocionou-me o suficiente pra compartilhar com vocês. Chico, que Deus te complete pra que Tua alegria seja completa.

Você se acha cheio de problemas? Veja o vídeo e faça esta oração comigo!

Editei este vídeo a partir desta oração que li na net. Me chocou, espero que choque você.

Clã Brasil: o meu orgulho no forró da Paraíba

Por Antognoni Misael

Clã Brasil é sem dúvida nenhuma a certeza de continuidade do Forró autêntico nordestino. Trilhando no caminho aberto por “Seu Luiz”, continuado por Dominguinhos, o Clã juntamente com outros escudeiros da sanfona não deixam a poeira parar de subir.

A carreira do Clã Brasil começou de forma bastante informal na Paraíba. Badu, acompanhado da mulher, Maria José, e das filhas Lucyane, Laryssa e Lizete, fazia reuniões na casa da família para tocar um “bom forró pé de serra”. O violonista conta que os vizinhos ouviam as canções e iam para a rua dançar na frente da casa. “A gente tocava, brincava e alegrava o pessoal com a nossa música”, lembrou. Para completar a formação do Clã Brasil, chegaram Fabiane, que toca cavaquinho e violão, e seu irmão Francisco, que assumiu a percussão do grupo.  
A banda ganhou repercussão internacional em meados de 2006 quando fez participação no DVD “O Poeta do Som”, do músico Sivuca, gravado em 2006, ano de sua morte. Lucyane, instrumentista, cantora e atual produtora do Clã Brasil, conta que Sivuca estava muito debilitado no período da gravação, mas fez questão de fazer uma canção exclusiva para o grupo: “Visitando Zabelê”, que foi incluída no DVD.
“Essas meninas estão levando a música nordestina de uma forma muito bonita”. A frase elogiosa foi dita por Dominguinhos e registrada no DVD “Clã Brasil canta Dominguinhos”, do grupo Clã Brasil, gravado ao vivo em João Pessoa (PB), em homenagem ao músico veterano do forró, que completou 70 anos em fevereiro.

A banda feminina, que já tem passagens por várias cidades brasileiras e também Europa valoriza nossa cultura local e enriquece a música popular.

Prezando pela autenticidade em suas canções, Clã Brasil diverge sonoramente com qualquer ideia comercial do forró de plástico atual; diverge também em postura profissional. Gente humilde cuja glória e fama não sobe à cuca. Eu que particularmente tive a oportunidade de conviver de perto na UFPB com a Lucyane (que é graduanda em Música), e que cheguei a ensaiar e fazer uma apresentação com a mesma sinceramente me encantei com a serenidade, dedicação e amor pelo que faz, atributos latentes do seu incentivador e amigo ‘Dominguinhos’. Lucy é uma grandiosa artista, seu talento transborda os limites do Sertão e Sanhauá. Meu orgulho por ela e pelo Clã Brasil definitivamente não cabem em mim.

Parabéns Clã Brasil!! Parabéns Paraíba!!

‘Ciborgue Gospel’: ser ou não ser, eis a questão!

Por Antognoni Misael
É sensato dizer que a juventude gospel interage cada vez mais com a tecnologia virtual, redes sociais, Chat, Blogs, etc., e nesse contato constante vai se produzindo uma cultura, um comportamento, um ser. Estamos querendo falar do surgimento de um novo homem cultural, o “Ciborgue Gospel” – não de conotação homem/máquina, mas de hibridismo entre realidade social e criatura de ficção baseado no que chamamos de ‘novo estado da cultura’ (ampliação dos lugares e formas de pensar e representar o mundo e nós mesmos). Este estereótipo é resultado da mistura entre o ser real, palpável, físico, e o ser ideal, virtual, representativo. Alias é comumente fácil encontrar muito rato se fazendo gato, muito crente se fazendo de santo, gente se mostrando tão perfeito que eu até poderia chamar, como certa vez postou meu amigo Leonardo Gonçalves, o tal do Facebook de FraudeBook.
Li num numa revista que atualmente o Orkut possui mais de 40 milhões de usuários no Brasil. Este site criado a priori para unir pessoas através de comunidades e torná-las próximas ao estimular contatos a partir do que têm em comum, ao que parece, para muitos têm se tornado espaço de legitimação de poder. Poder do corpo, da face, da sensualidade, do status… Lá se posta não como alguém na verdade é, mas como se quer que o mundo a leia, a note, a interprete. Mas o Orkut também serve para ratificar o real, ou maquiá-lo do palpável, físico, pode ser verdadeiro ou puro blefe. Cuidado…às vezes ele engana.
Nessa interface dualista apresentada se pode dizer que opera um espaço de tradução e produção de subjetividade onde existem discursos reais ou não, mas que tais ensinam e normatizam a vida prática – e nesse campo de interpretações não existe pecados reais e virtuais, pois a consciência opera independente do lugar intencional da ação.
Para problematizar o assunto, digamos que se na vida prática o(a) “Ciborgue Gospel” seja um fraco(a) na fé, de vida moral reprovada, mas que no campo virtual é um ‘hiper-crente’, “santo(a)”, daquele(a)s que sempre envia cartões repletos de versículos para as redes sociais, lança bastante e-mails sobre auto-ajuda evangélica, sempre segue comunidades de pastores do retété, compartilha canções de cantores gospel de fogo e sempre faz confissão positiva em seus epitáfios virtuais tipo: “sua(minha) benção vai chegar, creia!”; no Chat é daquele(a)s que faz um discurso meio “aconselhador-pastoral”, enfim, é um(a)verdadeiro(a) “missionário(a) virtual”!! Infelizmente o contrário também pode ocorrer quando na vida real o(a) “Ciborgue Gospel” porta-se como um “hiper-crente”, “santo(a)”, daquele(a)s que zela por sua imagem de retidão e que adora um culto público pra executar seus dotes sobrenaturais, “proféticos” e “lingüísticos” porém no espaço on line adora fazer um faker para fuçar os álbuns virtuais da vida alheia, frequentar um bate-papo bem quente em salas não pouco sugestivas, ler piadas imorais em sites nada edificantes e acessar vídeos pornôs. Haja tanta extremidade para uma só pessoa. (não estou dizendo que vida real e discurso virtual são contrários por regra, mas sim por exceção, é o que ainda acredito)
Na figura do “Ciborgue Gospel” há demarcações bastante confusas. Assim como rio e mar se encontram, difícil é mapear quem está em quem quando se trata de um ser híbrido por puro dualismo. Isso assusta um pouco porque coloca em xeque a originalidade do humano. Afinal, aquela tal foto corresponde a ele(a) no mundo real? Aquelas frases de efeito são realmente parte de experiência vivida? Aqueles twitters são de fato expressão de veracidade? E os textos do Blog correspondem realmente ao que pensa o autor? O bom seria que não houvesse tanta contraditoriedade. 
O que me entristece é saber que nem sempre “não ser” um “Ciborgue Gospel” – desses bipolares – significa algo positivo. Pois é bem verdade que tem gente que realmente não curte a bipolaridade, a contradição dos mundos, os extremos; tem gente que é aqui o que é lá fora; tem gente que verdadeiramente abandonou o dualismo – estes tiraram a máscara! … Estou falando daqueles que roubam em nome da fé; eles realmente não são “Ciborgues” – ciborgues são feitos de misturas. A estes seres que estão em tantos lugares, tanto na mídia em geral quanto nas igrejas, encontrar um estereótipo é a coisa mais fácil do mundo (e nem precisa de neologismo): eles são simplesmente “ladrões”, que roubam tanto no mundo real quanto no virtual.
Espero que nem eu nem você sejamos um “Ciborgue Gospel” nem tampouco um Hobin Hood em nome de Deus.

‘Lagoinha invenções’ apresenta: ‘Espírito da Solteirice’, o mais novo "cão" da solidão

Por Antognoni Misael

Ah! Como eu desejo que todas as irmãs tenham uma boa companhia. Viver só não é fácil. Além do mais após os 30. A grande verdade é que quanto mais se passa o tempo mais se diminui exigência em relação ao parceiro. Só que isso não procede em todos os casos – quanto mais a irmã fica madura, mais deseja um homem mais perfeito, pois imagina que está demorando porque Deus prepara algo de ótima qualidade pra ela.
Bom seria que o varão viesse completinho: de boa família, de boa aparência, bom emprego, ótimo patrimônio, e bem crente e de idade ideal. Às vezes isso não ocorre. Vem um com o conjunto todo defeituoso. Relacionamento é complicadíssimo. Mas é bom que se busque o amado desejado dentro de um contexto coerente sem forçar a barra pra com Deus.  
O que me chamou atenção pra escrever este texto foi um fato que ocorreu na Igreja de Lagoinha. Após a onda do Leão, dos piolhos, da glória de Deus em baixo dos bancos, etc., a mais recente, agora em um Congresso de Mulheres, é que houve um momento de clamor e oração em que se pediu a Deus que Ele amarrasse o “espírito de solteirice”. O que é isso? Que troço é esse? Irmãs, se ainda não casaram é porque os que apareceram não foi da vontade de Deus e não por causa de algum espírito do mal que roubou o pretendido. Como dizemos nós paraibanos: “ ‘Varei’, que é isso”?

Antes de acusar o maligno por tal encalhamento reflita um pouco se vc se encaixa em uma dessas características:

– Você é daquelas que não pode encontrar com amigas seja em qualquer lugar e vai logo rastreando se ela não tem nenhum amigo, primo ou tio pra apresentar. 

– Vive se lamentando pelos corredores e mal pode ouvir as amigas falando do namorado que começa a choramingar e reclamar que só vc não tem um.

– É amostrada demais – algo que muitos homens não gostam. É a palhaça da festa, dos cultos, retiros e/ou congressos. É o centro das atenções deixando sempre a impressão de animadora de platéia.

– Se dedicou 100% ao trabalho profissional e agora beirando os 40 quer ir em busca do “Brad Pitt Gospel”.

– Vive reunindo irmãs também encalhadas para irem a retiros em busca do amado; dão em cima dos jovens da mocidade e ainda reivindicam ao pastor que dê um jeito na situação.

– Vive correndo atrás de tudo que é homem. Novo, velho, solteiro, casado. Aqui acolá dá umas escapadinhas para satisfazer as carências sexuais, mas sempre volta aos pés do Senhor e pede que Ele providencie alguém definitivo pra sua vida.

– Vive encalhada porque ainda não achou nenhum cara que lhe agrade (o bolso!)

Ora pelas queridas irmãs e desejo que Deus satisfaça o desejo de seus corações: “É bem melhor serem dois do que um”. Mas, sinceramente, essa coisa de amarrar o espírito da solteirice me deu um mal estar danado. Novamente a Lagoinha promove outro ato “profético” ridículo! 

Crente que Pariu! O hino mais “ungido” dos jovens solteiros

Vi no Púlpito Cristão e achei o maior barato!

Uma palavra profética com Lulu Santos

Por Antognoni Misael
Essa foi pra chocar de verdade!

Hoje eu catalogava meus arquivos de Rock Pop nacional quando dentre tantas canções me deparei com A cura, de Lulu Santos. Interessante é que o que seria um momento de pesquisa acabou se tornando uma breve devocional.

Buscando significações em A cura lembrei de quando Jesus professou: “se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19:40). Que afirmação contundente de Cristo!

Incrivelmente hoje há tão poucas mensagens, músicas, pregações que relatam a cerca do grande dia em que a cura definitiva para as imperfeições de muitos chegará.

No estilo de Redemption Song, como fizemos em ‘A Graça do Reggae’, mas sem discorrer historicamente sobre o pop rock de Lulu, lá vai mais um ‘herético’ (rs) post (isso, claro, para os que estão numa pandora gospel). Escute a canção, analise a letra e tire suas prórprias conclusões. A canção é ótima. Dou fé.

A Cura
Lulu Santos

Existirá,
Em todo porto tremulará
A velha bandeira da vida
Acenderá,
Todo farol iluminará
Uma ponta de esperança

E se virá,
Será quando menos se esperar
Da onde ninguém imagina
Demolirá
Toda certeza vã
Não sobrará
Pedra sobre pedra

Enquanto isso
Não nos custa insistir
Na questão do desejo
Não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê
Que o inferno é aqui

Existirá,
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura!

Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim há de ser a vinda do filho do homem.(Mt 24:27)

Evento sobre missões urbanas ocorrerá na IPG

Por Joseilton Gomes
Com o intuito de refletir sobre as ações de combate às drogas e os desafios do alcance missionário na zona urbana, a Igreja Presbiteriana de Guarabira realiza, nos dias 20 e 21 de agosto, um evento relacionado aos temas com a participação de especialistas nas áreas.
Entre os convidados estão o poeta popular Márcio Bizerril e uma equipe do PROERD, programa de prevenção e combate às drogas desenvolvido por militares do IV BPM de Guarabira.
De acordo com a missionária Élida Justino, o tema “Drogas” será abordado no sábado (20), a partir das 20h. E no domingo (21), haverá a exposição dos diversos desafios do alcance missionário na zona urbana.
O evento acontece no templo da IPG, todos são convidados. Participe!

“Não estou no mercado gospel e não pretendo estar” – Leia a entrevista de Gladir Cabral ao Arte de chocar

Artedechocar: Em 2009 foi lançado o DVD Casa Grande, um trabalho diferenciado tanto pela formatação de cenário, textura musical e letras recheadas de imaginário, poesia e celebração a vida. O que vem por aí no próximo DVD? Alguma outra novidade podemos aguardar?
Gladir Cabral: O primeiro DVD foi uma surpresa que ocorreu em minha vida, um presente de Deus. Não desejei nem planejei realizá-lo. Fui procurado pelos amigos da Luz para o Caminho, que fizeram a proposta. Não tenho planos para outro DVD e talvez essa experiência nunca mais venha a se replicar. Tenho vontade, sim, de gravar outro CD, voz e violão, algo bem simples e despojado, mas ainda não tenho persepectiva de como isso venha a ocorrer.
Artedechocar: Músicas como “Casa Grande” e “Terra em transe” trazem abordagens interessantes sobre questões sociais, de meio ambiente. Na sua ótica, o que torna uma música cristã, mesmo que esta trate de assuntos seculares? E como você relaciona adoração e música?
Gladir Cabral: Seguindo uma tradição Reformada, não vejo fronteiras definidas que separem atividades sagradas e mundanas. A vida cristã é um todo indivisível. Minha fé em Cristo está diretamente ligada à minha vida familiar, profissional, pessoal e social. Vivo segundo o princípio de Colossenses 3.17: “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai”. Portanto, não há compartimento desvinculado do Reino de Deus em meu viver. Dessa maneira, quando canto sobre o meio ambiente ou sobre os dilemas da escravidão humana, faço-o tranquilamente, tentando ver todas as coisas sob a ótica da fé em Cristo. A partir de Romanos 12, entendo a vida, em todos os seus variados aspectos e tensões, como um serviço de adoração a Deus. Nesse sentido, todas as minhas canções estão diretamente relacionados a esse “culto racional”, no seu sentido mais amplo, existencial, histórico, corporal. Entretanto, nem todas as canções são litúrgicas no sentido convencional, visto que não são diretamente relacionadas a uma parte da liturgia tradicional ou mesmo contemporânea. Mesmo as que não são “litúrgicas”, costumo cantá-las em minha Igreja, quando prego, geralmente para ilustrar uma parte da mensagem ou em algum outro momento do culto.
Não há música cristã, há cristãos que fazem música. Um cristão pode cantar vários gêneros musicais, ler vários poemas, contar histórias, parábolas, romances. Se um cantor secular, sem qualquer experiência pessoal com Deus, canta “Amazing grace” para um filme de Hollywood, ele está cantando só uma música popular. Se um cristão sinceramente canta “Amanhã, vai ser um novo dia, da mais louca alegria….” e a enche de plena significação, essa canção deixou de ser só uma música pop. Para mim, o grande critério para avaliar uma canção popular ou qualquer forma de arte feita por cristãos é saber até que ponto ela reflete, abriga ou transmite os valores do Reino de Deus. Às vezes, a mensagem cristã pode estar explícita na letra, outras vezes ela pode estar implícita. Tudo depende da hora em que se canta, do local e para quem se cantam as canções.
Artedechocar: O Cristão pode tocar secularmente? Você o faz? 
Gladir Cabral: Como disse, não creio na dicotomia religioso vs secular. Entendo a profissão de músico como digna para ser seguida por qualquer cristão, seja numa banda militar, numa orquestra sinfônica, num grupo de jazz, num estúdio, etc. Entretanto, certos ambientes são potencialmente perigosos para qualquer pessoa e a longo prazo podem trazer danos à saúde e à vida familiar. Conheço muitos músicos que tocam na noite, mas estabelecem limites, seguem princípios sobre o que tocar, até quando e em que ambiente. Muitos deles não fazem o que gostam e admitem as dificuldades. Acabam tocando um repertório pobre, por obrigação, e não o que gostariam de tocar.
Eu não sou músico profissional, sou professor. Ser professor hoje é tão difícil quanto ser músico. Na verdade, qualquer profissional cristão em qualquer área enfrentará dilemas éticos, conflitos, lutas, provações e correrá riscos. E creio firmemente que é preciso que haja cristãos comprometidos com o evangelho de Cristo tocando na noite, nas feiras, nos hotéis, a fim de darem testemunho do evangelho. Isso não é nada fácil.
Artedechocar: Ao que notamos, a relação “imaginação/criação” e “Deus/igreja” passa por uma crise séria no Brasil. Gostaria que explanasse um pouco sobre a relevância da criatividade na vida cristã e na igreja baseado em sua experiência de vida. 
Gladir Cabral: A imaginação é uma dimensão importante da vida humana. O Criador nos fez com essa capacidade criativa. Todos os inventos que hoje utilizamos em nosso dia a dia foram um dia imaginados na cabeça de alguém e depois viraram projeto. Sem imaginação, não há transformação da realidade, não há alegria, não há vida. A própria Escritura foi feita utilizando o recurso da imaginação: histórias, parábolas, poemas, canções… Precisamos redescobrir o valor da imaginação em nossa prática cristã cotidiana, na comunicação do evangelho, na arte, na vida diária. Há um grupo de cristãos nos Estados Unidos que desenvolve um projeto muito interessante em relação ao uso da imaginação na leitura das Escrituras, sob a liderança do músico cristão Michael Card: http://www.biblicalimagination.com.
Artedechocar: Já são sete Cd’s, um DVD, belas canções, mesmo assim dificilmente encontraremos Gladir Cabral nas paradas do “Sucesso Gospel”. Queria que falasse um pouco sobre seu posicionamento no mercado fonográfico, seu público, sua arte, seus sonhos.
Gladir Cabral: Não estou no mercado gospel e não pretendo estar. A música em minha vida é vocação, ministério. Para mim as canções são parte de minha vida e de minha atuação no mundo como ser humano e como servo de Deus, não são produtos a serem vendidos, rotulados, comprados, etc. Estou tranquilo em relação a isso. Vou levando desse jeito, ocupando espaços que me cabem, aceitando convites para pregar e cantar nas igrejas, universidades, colégios, interagindo com as pessoas via web e pessoalmente.
Artedechocar: Quais foram as suas influências musicais, e queria que citasse alguns nomes atuais que você tem por referência.
Gladir Cabral: Minhas influências musicais foram muitas e não tenho como lembrar de tudo o que ouvi e que me influenciou ao longe da vida: a música caipira, os hinos antigos, os Beatles, Bob Dylan, Chico Buarque, Gil, o Clube da Esquina, Beto Guedes, Milton, Mercedes Sosa, Violeta Parra, Victor Jara, Vencedores por Cristo, Jorge Camargo, João Alexandre… Quem mais? Não dá para nomear. Na música popular contemporânea, há muita gente fazendo coisas belíssimas: Mônica Salmaso, Lenine, Sara Tavares, Dulce Pontes… Não ouço rádio. Quando que me interesso por um músico, pesquiso e passo a ouvi-lo.
Artedechocar: Com que perspectiva você avalia a igreja brasileira atual, e a música evangélica em geral.
Gladir Cabral: Não há igreja brasileira atual, há igrejas brasileiras. A realidade é muito complexa e não dá para generalizar. Ninguém representa a Igreja brasileira hoje. Ninguém pode falar em nome dela. Temos um amontoado de movimentos, instituições religiosas, denominações, seitas mil… Cristo não pode ser confundido com isso tudo. Hoje em dia até mesmo o título de evangélico não quer dizer nada. Por exemplo, eu não me sinto representado pela chamada bancada evangélica em Brasília. Aliás, não quero qualquer vinculação com eles. Sou cristão, e só. Sou pastor reformado, e só.
A música chamada evangélica também está na mesma confusão. Não gosto de música gospel. Ela não me diz nada, não me toca. Respeito quem a faz, mas não consigo ouvi-la e muito menos cultivá-la. Gosto dos hinos antigos. Gosto de música não comercial, gosto do artesanal, do pessoal, do autêntico. Gosto de música popular brasileira em seu sentido amplo e verdadeiramente popular, não no sentido que a mídia rotula.
Ouço com muita atenção e prazer o som de Jorge Camargo, Gerson Borges, João Alexandre, Stênio Marcius, Nelson Bomilcar, Aristeu Pires, Vencedores por Cristo, Diego Venâncio, Silvestre Kuhlmann, Vencedores, Glauber Plazza, Fabinho, Vencedores, Carlinhos Veiga, Rubão, Roberto Diamanso, Sal da Terra, Alma e Lua, Aline Pignaton, Banda de Boca, Gerson Samuel, Crombie, e muito mais gente que não citei. Fora do Brasil, acompanho os passos de Michael Card, Sara Groves, Phill Keaggy, Andrew Peterson…
Artedechocar: Gladir, desde já queremos agradecer pelo carinho que fomos recebidos e pela sua disponibilidade. Que Deus possa te abençoe grandemente. Alguma consideração final a fazer?
Gladir Cabral: Muito obrigado pelo convite. Embora a música seja uma dimensão importante da minha vida, há outra parte que amo também profundamente: o silêncio. Costumo silenciar meu coração em oração. Esse exercício tem me ensinado muito a ouvir a voz do Senhor, a esperar, a aquietar o coração. Estar aos pés do Senhor, como fez Maria, é a melhor parte (Lc 10.38-42).

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‘Cale-se’ blogueiro inconformado!

Por Antognoni Misael
Não precisa de muito esforço pra encontrar uma imensa galera gospel que faz oposição aos críticos do sistema evangeliquês. Em nome da irmandade, paz, amor e releixo teológico, parece que vale apena conviver num substrato “ecumênico” estranho, indefinido, mas cheio de atos proféticos e busca de bens e de dons.

Pra essa tal turma, gastar um pouco do seu tempo pensando, lendo e/ou escrevendo sobre os deslizes ‘ideológicos’ de gente suspeita ou sobre os tropeços da igreja brasileira parece ser algo amargo. Melhor pra eles seria então, dar-nos as mãos, nos calarmos e dançarmos a coreografia de aflitos, como diria o saudoso Sérgio Pimenta. Engolir sapos, sapos, e sapos. Cantar mantras, mantras, e mantras. Esperar, se calar, e consumir aquilo que Deus preparou para nós aqui nesta terra. Que medíocre, hein!

Mas enquanto os inconformados com as constantes críticas promovidas por nós, os incansáveis blogueiros, ecoam seus gritos de censura em nossa direção com um alarmante: ‘Cale-se!’,  (dias atrás capitaneado pelo ‘mala dos 911 Reais’) recordo e, por alguns momentos, faço meus devaneios na antiga e histórica canção Cálice de Chico Buarque e Gil, relembrando os velhos tempos da ditadura, do AI-5, e a sensível criatividade por parte dos oprimidos do sistema; assim como também a dedico aos charlatões da fé, ao ‘mala’, e aos meus queridos censuradores de hot blogs aborrecidos. Curtam, pensem, relembrem:
Cálice
Chico Buarque & Gilberto Gil

Pai! Afasta de mim esse cálicePai! 
Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada,prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a porca já não anda (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequeno (Cale-se!)
Nem seja a vida um fato consumado (Cale-se!)
Quero inventar o meu próprio pecado (Cale-se!)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez tua cabeça! (Cale-se!)
Minha cabeça perder teu juízo (Cale-se!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cale-se!)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cale-se!)

***
É bom relembrar que a crítica não fere o princípio da liberdade de crença ou ideais, pois a crítica não impede, não obstrui, o seu exercício. A crítica é apenas a manifestação de outra ideia, que circunstancialmente poderá ser em parte ou totalmente contrária. Ela é um puro ato de liberdade de pensamento. A análise de qualquer ideia ou crença são tão necessárias quanto a liberdade de a ter. Pensemos nisto!