Por que o gospel conquistou o Brasil

Por Joêzer Mendonça
Por que o gospel conquistou o Brasil? Essa é a pergunta feita por uma revista semanal. Mas é bom deixar claro que o gospel não conquistou o Brasil. Na verdade, o gospel conquistou os evangélicos e o bolso falido do mercado fonográfico secular. E isto é um feito bastante comemorado. São evangélicos, e aqui agrego protestantes e pentecostais sob o mesmo guarda-chuva, os principais consumidores da música gospel. Quem compra produtos do Padre Marcelo Rossi dificilmente vai adquirir produtos com a marca evangélica. E vice-versa. Espiritualistas, umbandistas, budistas, judeus e muçulmanos também não são fazem parte do público de Regis Danese e Diante do Trono.

As evidências financeiras demonstram a força econômica do segmento evangélico. Candidatos à cargo legislativo não deixam de acenar para as igrejas evangélicas. Os meios de comunicação, atrelados à grandes gravadoras, promovem artistas cristãos. As universidades se debruçam sobre esse tema. Então, mesmo sem estar à altura de ser convidado a responder publicamente essa questão, nem à convite do meio secular nem do meio evangélico, vou sugerir algumas respostas e explicações.

A explicação estatística: o fenômeno do crescimento evangélico não é uma dádiva de toda denominação cristã. O número de católicos se reduz a cada censo e os protestantes têm crescimento moderado. As igrejas do pentecostalismo histórico, como a Assembleia de Deus, também não crescem em ritmo espantoso. A explosão demográfica ocorre no ramo neopentecostal (das igrejas Universal, da Graça de Deus, do Poder de Deus, Renascer, Sara Nossa Terra e muitas outras cujo nome começa com Comunidade Evangélica acrescido do bairro onde se localiza). Maior número de fiéis implica maior número de consumidores. Mas não existe aumento de consumo sem aumento da riqueza do país. Precisamos de mais justificativas.

A explicação econômica: Essa expansão religiosa começou principalmente em regiões urbanas com maior índice de pobreza e com menor escolaridade. Daí a argumentação de que estas igrejas exploram a necessidade de conforto espiritual e material ao prometerem bênçãos assim na terra como no céu. O fiel não precisa esperar para ter uma carruagem no céu. Ele já pode ter seu carrinho aqui e agora. A teologia da prosperidade encontrou um terreno fértil na teoria econômica da prosperidade do governo Lula. O sucesso de um gigantesco plano de transferência de renda, como o Bolsa-Família, possibilitou a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e a saída de outros milhões da miséria total. Mesmo longe do crescimento chinês, a economia brasileira cresceu o suficiente para animar o circuito do mercado: aumento de consumo – aumento de produção – aumento de empregos e mais consumo etc. No campo evangélico, surgiu um grande nicho consumidor de produtos de moda e música. Aumentou-se a produção musical, gerou-se mais renda e emprego na indústria de linha gospel, o que levou à organização de um evento comercial de grande porte como a ExpoCristã. Mas há velhos e novos ricos nessas igrejas; só a economia não explica tudo.

A explicação sociológica: desde sua inserção no Brasil, o protestantismo e o pentecostalismo afastaram-se da cultura musical popular brasileira. Os primeiros conversos eram de origem europeia e também não compartilhavam o gosto pela música tupiniquim. Depois os hinos passaram a ser cantados em português, mas eram, em sua maioria, versões de hinos norte-americanos e europeus. Era uma época em que o país era oficialmente católico e qualquer outra religião era vista com suspeita e preconceito. Junte-se a isso o sectarismo religioso e o elitismo musical e temos uma igreja cunhada em forte repressão a comportamentos individuais e objetos culturais (penteados, vestuário, música popular, futebol, filmes).

Desde o final do século 20, há maior espaço na sociedade para o exercício da individualidade e da identidade cultural local. Os jovens reúnem-se em torno de gostos e idiossincrasias comuns, gerando as tribos urbanas dos surfistas, dos metaleiros, dos skatistas etc. A cultura tornou-se um bem de consumo e o marketing uma ferramenta indispensável. Tudo isso repercutiu no campo religioso. Inclusive a crise de liderança hierárquica e institucional, o que, no campo denominacional, gerou uma infinidade de novas igrejas. Os novos comportamentos sociais fizeram com que as igrejas remodelassem seus métodos de evangelismo. A opção por mudar a forma sem alterar o conteúdo pode ter efeitos discutíveis, mas aproximou a mensagem cristã central de salvação dos marginalizados social e culturalmente. A música, formato de atração preferencial, conservou a mensagem central evangélica na letra e abriu-se para os antigos e novos gêneros musicais populares.

A explicação estética-cultural: se as pessoas se sentem mais livres para expressar sua fé segundo a cultura musical que entendem e apreciam, de nada mais adianta um pastor dizer que “Deus não gosta dessa música”. Até porque um irmão mais atento vai perceber que não há uma só linha na Bíblia indicando qual o estilo musical da preferência divina [Deus pode ter suas preocupações estilísticas, mas a Bíblia ressalta mais Seu descontentamento com o coração hipócrita do adorador]. Durante décadas, a música foi administrada na igreja por pessoas que tinham formação musical clássica/erudita, o que teria determinado o modelo das composições litúrgicas. Sem nenhum apoio escriturístico, eles associaram a música clássica ao bom gosto e, como o culto evangélico era tradicionalmente formal e solene, certo modelo musical se tornou “o gosto de Deus”.

A sociedade atual, uma vigilante da liberdade individual, fez triunfar a democratização musical. Não só os formados em conservatórios podiam compor música cristã, mas o sacerdócio musical passou a ser de todos os crentes. Logo, a linguagem e a forma seriam diversificadas. As pessoas não precisavam mais louvar a Deus com a música “importada”, de letras enciclopédicas e de estilo parnasiano. Nem ter voz formalmente educada. A contextualização da linguagem vista em livros e revistas (como a maneira apropriada de falar para faixas etárias diferentes) passou a ser ouvida e cantada. Além disso, por muito tempo se teve vergonha de ser brasileiro e a cultura popular era demonizada. Os novos evangélicos têm orgulho da cultura nacional e usam a cultura brasileira para celebrar sua conversão, sua nova vida e seu Deus. Há mais gêneros musicais sendo tocados, mais pessoas que esperam ouvi-los e mais empresários querendo abocanhar essa fatia do mercado.

Ainda nesta semana, a segunda parte desse arrazoado, composto de explicações mercadológicas, midiáticas e teológicas.

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Joêzer Mendonça é músico e doutorando em musicologia na Unesp. É autor do blog Nota na Pauta. Divulgação: Arte de Chocar.

Alice no país dos Evangélicos

Por Jofre Garcia
Sempre houve a busca por um mundo alem da realidade.

Filósofos, escritores, idealistas, poetas e principalmente sonhadores, em todos os tempos criaram mundos fantásticos como uma fuga de uma realidade dura e pouco agradável. E assim, somos convidados a lúdicas viagens nas aventuras de Gulliver, na solidão oceânica de Robinson Crusoé, no mundo teológico – mitológico das Crônicas de Nárnia, nas extraordinárias aventuras recheadas de ciência de Julio Verne ou mesmo no realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques.

Alem destes, há um em especial que se fixou no imaginário de gerações por suas particularidades e fantasiosas narrativas: Alice no país das maravilhas, de Lewis Carol.

Sua trama bem construída e sua vertiginosa seqüencialidade deixam o leitor cativo ao desenrolar do texto e vivendo sua irrealidade.

Ao contrário dos sonhos utópicos e dos devaneios imaginativos dos homens, a Bíblia nos trás a realidade injetada na perspectiva de Deus, onde todas as eras e tempos e histórias convergem para aquEle que É.

A Palavra de Deus é a verdade real para o homem.

O que me chama a atenção em nossa geração é a fantasiosa realidade anunciada pelos ditos evangélicos. A megalomania tomou o lugar que antes era ocupado pela humildade, o antropocentrismo substituiu a cristocentricidade, o pão nosso de cada dia foi usurpado pelo meu milhão diário e a vida real e prática do Evangelho foi transformada em fantasia de auto – ajuda, com uma perigosa mensagem alienante que beira o fascismo.

Os ensinos, as mensagens, as expressões e até a musicalidade foram impregnadas pela mania de grandeza, sucesso e boa vida estampadas como marcas que testificam uma experiência com Deus que lhe garante status especial com o Criador.

Vejo pessoas humildes, carentes. Gente que em geral luta para sobreviver numa sociedade de consumo, perversa e degradante, embarcando nos sonhos criados por pregadores e cantores, que desfilas seus paletós de grife, seus carrões e relógios dourados. Elas (as pessoas) são estimuladas a contribuir visando um retorno garantido e rápido para que possam fazer parte do grupo dos ávidos consumidores do que perece e desvanece.

O ódio é estimulado, com base na vitória trazida por “deus” que o faria envergonhar seus inimigos e expô-los a vergonha e derrota. Por isso as canções do ódio fazem tanto sucesso, propondo o oposto ao amor exigido por Cristo, até mesmo com os seus inimigos.

Vejo e ouço: que o mar vai se abrir o sol vai parar, andar por sobre as águas, etc. E como Alice perseguindo o coelho num mundo que não existe, prosseguimos diante de um “evangelho” feito de delírios e amedrontador de um mundo de bênçãos inexistentes.

N’Ele, a realidade de Deus para o mundo.

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Jofre Garcia Luna é teólogo, radialista, blogueiro que edita o Auxílio do Alto, e faz coluna aqui no Arte de Chocar.

Pastor da Renascer vende pul­seira para reformar antena da TV Gospel

A Igreja Renascer em Cristo está vendendo a R$ 1.000 pulseiras idênticas à de seu líder, o autointitulado apóstolo Estevam Hernandes, para custear a manutenção da antena da TV Gospel, localizada na rua Consolação, em São Paulo. O objetivo é arrecadar entre os fiéis cerca de R$ 2 milhões para a obra.

Em seus cultos, Hernandes –que já foi preso nos EUA por evasão de divisas– diz que a verba será utilizada também para as obras de acabamento interno e da parte elétrica do prédio.

A assessoria da Renascer afirma que anualmente a igreja realiza campanhas para a reforma de seus prédios e que as doações são voluntárias e não estão vinculadas a venda.

foto: Fabio Braga/Folhapress.

Fonte: F5.

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Quanta falta de vergonha! Silas, Macedo, Valdemiro e Estevam, cada um com seu marketing $anto pra sustentar o rebanho ludibriado!

DIFERENÇA entre Ana Paula e Ap. Paulo, Valadão(?)

Certamente os fãs de Ana Paula, mais conhecidos como “valadetes” irão DEFENDE-LA com unhas e dentes, mesmo pisando DE NOVO na cruz de cristo, em o nome de Jesus, por mais esta furada, mancada, ou já o reflexo da cauterização em suas mentes mundanizadas!

Foi ela quem se comparou com o apóstolo Paulo e disse:
“…eu me senti como Paulo no Areópago vistando o Caldeirão do Huck!” e afirmou:

“ah tem espaço para todo mundo, todas as religiões e brigadinho pelo convite…!!!!!”


(No blog do Web Evangelista)
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Quanta semelhança entre Ana Paula e Paulo no areópago hein, o que dizer, me ajudem please?

Refrigerante Gospel "Leão de Judá" substituirá a Coca-Cola – QUEMCRÊDIZAMÉM!

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E aeê “Leõezinhos da igreja”, prontos para abolir a Coca-Cola (“Ao Diabo”) no cardápio? CRUZES!

Carnaval vip gospel em Orlando: Brazilian Gospel Festival

Por Vera Siqueira

Hoje, no programa da Igreja Assembléia de Deus do Bom Retiro (Rede TV, mais ou menos 9h da manhã), o Pr. Jabes de Alencar anunciou mais uma vez o Brazilian Gospel Festival, onde estará pregando, junto com outros, e onde prometem “12 dias de muito louvor e adoração”.

Mas o vídeo da propaganda mostra bem o “louvor e adoração” que ocorrerá naquele lugar:
Vejam… nos primeiros segundos, mostram os artistas gospel louvando e adorando, e em relances aparece a multidão de adoradores. No segundo 47, surgem os pregadores do tal festival e as “melhores bandas” do cenário internacional, que estarão presentes no tal festival, que segundo a propaganda, é para o louvor e adoração (presume-se que de Deus).

Mas atenção. No minuto 1:13, começa a “parte boa” do tal festival (imagino que a melhor para eles, já que utiliza mais que 2/3 do vídeo): um resumo dos passeios, dos parques temáticos, das diversões sem fim em Orlando. Vitrines das melhores lojas, como Nike, Louis Vitton e Banana Republic. Até vôo de helicóptero tem, para quem puder pagar (ou melhor, para os que tiveram fé e receberam a “unção financeira dos últimos dias”). E claro, um dos parques temáticos (The Holy Land Experience) simula os tempos de Jesus, com direito a sepulcro de isopor e encenação da Paixão de Cristo, não esquecendo, é claro, de mostrar o poder da arca da aliança e o templo de Salomão (o da IURD promete ser maior que o de Orlando, os americanos que se cuidem), afinal todo crente em teologia da prosperidade é judaizante.

Realmente, 12 dias inesquecíveis. Finalmente, os cristãos abastados poderão curtir suas férias, e ainda achar que estão fazendo “pra Jesus”. Diversão sem culpa, e ainda com áurea de busca de santidade. E o resto que se exploda, afinal o dinheiro é meu e estou investindo na obra de “deus”.

Não somos contra crente tirar férias. Também não somos contra quem pode pagar ir para Orlando, ou Grécia, ou Egito, ou Afeganistão, se quiser. O que incomoda é usar o nome de Deus para justificar a ida a Orlando ou a qualquer lugar. Se o objetivo fosse evangelização, o festival ou seria um retiro, onde haveria só pregação e louvor, ou seria com passeios a áreas pobres ou não evangelizadas. A Lexus, que organiza o evento, claramente mostra (reveja o vídeo e leia as linhas finais do cartaz) que a viagem inclui a ida aos parques temáticos e 4 (repetindo: quatro) tours de compras. Mais adoração a Mamom que isso, impossível.

Um dia, o Verdadeiro Deus cobrará desses pastores e artistas gospel pelas almas que ajudaram a levar para o inferno, através do ensino e prática da MALDITA Teologia da Prosperidade.

E que Ele tenha misericórdia de mim e de você também, pois como disse o profeta Isaías:

“Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos.” – Isaías 6.5

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Vera Siqueira edita o blog Estrangeira e vem militando para que o $how pare e o Evangelho Simples seja pleno na igreja brasileira.

O verdadeiro sucesso na Música Evangélica

Por Antognoni Misael

No reino de Deus aquele que quer ser o maior torne-se menor (Marcos 10:44). Sendo assim, observando a música dita evangélica, não como adoração e louvor em seu fim, mas como meio, vejo algumas distorções colossais entre o chamado sucesso à luz da Bíblia e “$uce$$o Gospel”:

– Sucesso seria não pensar em $uce$$o. Mas buscando em primeiro lugar o reino, e compreendendo que o Senhor há de suprir toda necessidade do artista cristão.
– Sucesso seria oferecer a música a Deus com toda excelência e criatividade, mesmo que isso lhe faça renunciar a sugerida “fórmula de mercado”, tentadora para quem quer $uce$$o.
– Sucesso seria compreender que a quantidade de público não significa nada diante de Deus, visto que se Deus lhe quer cantando em uma congregação com 20 irmãos, não adianta sonhar com 20.000 aos seus pés. (Tem coisa melhor do que ser visto e aceito por Deus?)
– Sucesso seria se enxergar como miserável pecador, porém usado como instrumento de Deus para levar a Palavra dEle através da canção.
– Sucesso seria poder cantar juntos com os irmãos, e após o culto (Show) não ter que sair pela culatra às pressas temendo os frenéticos fãs aos gritos de idolatria.
– Sucesso seria amar o lugar social e cultural cujo Deus o inseriu, e através da música lutar para conversão da cultura à Ele. (Infelizmente ainda vejo sonhadores advindos do sucesso no mundo na ânsia de estourar como cantor gospel nas rádios e Tv’s dos grandes centros. Se estes cantores focassem no local em que foram colocados por Deus ao invés de rádios, e TV’s, certamente a missão cultural evangelho seria vivida em experiência pessoal e o nome de Jesus Glorificado)
– Sucesso seria poder gravar alguns CD’s pensando em abençoar pessoas, sem apego a fama, sem assessoria comercial, mas de corpo e de coração.
– Sucesso seria terminar a vida e mesmo notando que poucos ouviram suas canções, alegrar-se no Senhor por uma alma salva através da Palavra cantada. (Uma alma salva vale mais que milhões de “crentes” pulando no show de Gezuiz! Portanto acredite naquele irmãozinho que canta Verdades com seu simples violão – Deus pode estar aprovando sua adoração e reprovando a casa de Show lotada em nome dEle!!)
– Sucesso seria poder cantar perseverando na doutrina como fazia a Igreja Primitiva, e não sofrendo vexames com frases antropocêntricas e esquisitas. (Os Salmos nos ensinam muito bem, além da criatividade, o lugar de Deus e o lugar do homem na adoração)
– Sucesso seria não se deixar virar um astro, mas tornar-se a cada dia um missionário.
– Sucesso seria cantar e ver pessoas quebrantadas ao perceberem a grandeza de Deus e o quão pecadoras são, e não, surpreendê-las com chavões e frenesis típicos de um carnaval fora de época.
– Sucesso seria não aceitar a glória para si, mas se despir do personagem, do alto contrato, dos inadmissíveis lucros. (Isso me faz lembrar um episódio verídico vivido numa cidade do sertão da Paraíba onde um dito cujo exigiu o pagamento antes do show e além disso descumpriu a própria cláusula que assinou ao trazer um grudo reduzido e cobrar por um número maior)
– Sucesso seria escolher um caminho estreito e apertado cujas canções cantem as Escrituras e não as experiências. (Este caminho parece não agradar ao povão, aliás cantar “Quem tem posto a mão no arado não pode mais olhar atrás” é “menos” empolgante do que pular e dizer “Apaixonadoo, Apaixonadoo”!!)
– Sucesso seria aproveitar as raras oportunidades oferecidas por canais televisivos para dizer ao povo que eles são pecadores, e que se não reconhecerem Cristo como único e suficiente Salvador, irão para o inferno. (Vi como uma vergonha as recentes aparições dos evangélicos na TV; não vi nada de criativo nem tampouco de verdadeiro. Enquanto um apresentador famoso dizia: “milhares de fãs comparecem ao festival para verem seus ícones da música gospel” eu ratificava em mim: “eles não estão entendendo nada”, e profundamente me envergonhava)
– Sucesso seria morrer pra si, e mostrar com a vida e com sua música que Cristo vive em si.
A grande verdade é que de muitos anos acompanhando (por vezes de perto) este mundo da música evangélica, confesso que já vi de tudo. Paguei caro (e não errarei de novo!) pra ver quem me trouxesse um show super emotivo, mas vazio, e vi de graça quem me falasse e cantasse a Graça de Deus e o Evangelho de Jesus. Não tenho dúvidas: têm muitos fazendo $uce$$o, mas outros, que pela graça de Deus, entenderam que em Cristo sucesso é ser pequenino, humilde, simples, usando da mais bela e pura forma a sua arte a serviço do Reino.
Que Deus nos dê misericórdia para que sejamos menores em Seu reino. “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”. (Jo 3:30)
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Cansado da pobreza teológica, poética, estrutural e instrumental da thurma do $uce$$o.

O circo e a igreja

Por Silvano Neri
O CIRCO
O circo é uma expressão artística, parte da cultura popular, que visa a diversão e o entretenimento dos espectadores.
Há referências sobre o circo desde a antiguidade. Durante o Império Romano, por exemplo, grupos de pessoas ganhavam a vida fazendo apresentações na rua, nas casas de famílias nobres ou até mesmo em arenas destinadas às apresentações (anfiteatros).
Na Idade Média, grupos de malabaristas, artistas de teatro e bufões (comediantes) viajavam pelas cidades da Europa com suas apresentações.
Porém, foi somente em 1769 que o circo ganhou o formato que temos atualmente. Neste ano, o inglês Philip Astley organizou as apresentações circenses, destinando também uma tenda de lona para as apresentações. Estas seriam itinerantes (com mudança constante do local de apresentação).
Embora enfrentem um período de crise na atualidade, os circos ainda fazem sucesso, principalmente nas reuniões do interior do Brasil. As apresentações contam com palhaços, shows musicais, malabaristas, mágicos e trapesistas.
O CRISTIANISMO E A IGREJA
Quando o Cristianismo surgiu, e durante os primeiros séculos de sua existência, os romanos eram os “senhores” do mundo. Não obstante o fato de que havia muitíssimas regiões fora do seu domínio, por que à parte que governaram foi aquela onde a civilização do mundo estava então realizando os seus notáveis progressos. Os habitantes desse império o consideravam como abrangendo o mundo, pois ignoravam o que existia alem das suas fronteiras. Além disso, o mundo Romano incluía todas as terras que seriam alcançadas pelo Cristianismo durante os três primeiros séculos da era Cristã.
Por volta do ano 50 d.C. o império romano abrangia a Europa ao sul do Reno e Danúbio, a maior parte da Inglaterra, o Egito e toda a costa ao norte da África, como também grande parte da Ásia, desde o Mediterrâneo á Mesopotâmia. Não era pela força que os romanos dominavam toda essas regiões, eles a governavam efetiva e inteligentemente, pois onde quer que estabelecesse seu domínio levavam uma civilização incomparavelmente superior á anteriormente existente naquelas terras. Com o seu império, os Romanos se tornaram os mais úteis instrumentos de Deus no preparo do mundo para o advento do Cristianismo.
A instituição chamada igreja cristã tem dois capítulos distintos em sua história: um de crescimento glorioso, de avanço destemido, de penetração ousada e outro de sofrimento, de martírio, de sangue derramado. Mas, a despeito da perseguição, em menos de meio século a igreja, sem recursos, sem meios modernos de comunicação e transporte, sem literatura alcançou o mundo inteiro, penetrou como fermento em todo o império romano. Cada crente era uma testemunha. Era um corpo vivo. No Império Romano a perseguição aos cristãos foi tremenda e horrível: Nero chegou ao poder em outubro do ano de 54. Era um homem insano, filho de Agripina, uma mulher assassina e perversa. Na noite de 18 de julho de 64, estourou um catastrófico incêndio em Roma. O fogo durou 6 dias e 7 noites. 10 dos 14 bairros da cidade foram destruídos pelas chamas vorazes. Segundo rumores este incêndio foi produto da loucura do próprio Nero, que o assistiu no alto da torre de Mecenas, no cume do Palatino, vestido como um ator de teatro, tocando sua lira e cantando versos acerca de destruição de Tróia. Pelo fato de 2 bairros onde havia a maior concentração de judeus e cristãos não terem sido atingidos pelo incêndio, Nero encontrou uma boa razão para culpar os cristãos pela tragédia.
Podemos vê aqui quão distintas nas suas propostas iniciais, sem espaço para qualquer comparativo. Fato que ao longo da história, trilhando um caminho oposto, observarmos que a proposta circense permanece ancorada nas suas raízes iniciais, enquanto que a igreja se deslocou da sua posição primária, se aproximando bruscamente dos ideais espetaculares do circo.  Chegando a seguinte conclusão: a igreja de hoje mais parece um circo, pelas similaridades que exponho abaixo:
A ANALOGIA
No circo existem domadores de leões, os quais respeitam suas limitações diante de tamanha ferocidade.
Nas igrejas, domadores de demônios, os quais travam verdadeiras entrevistas com os “bichos”.  Falam mais com os demônios durante os cultos do que com Deus em oração e leitura da palavra.
No circo quem comanda é o apresentador, sempre com respeito a sua platéia.
Nas igrejas “pastores” exibicionistas, que manipulam a platéia usando suas “neuroidiotices”, advindas de traumas e decepções durante o curso de suas vidas medíocres.
No circo existem os palhaços, que se divertem divertindo a platéia.
Nas igrejas, bobos espectadores, manipulados por palhaços engravatados no púlpito.
No circo tem acrobatas e trapezistas, com manobras plásticas e perigosas.
Nas igrejas, grupos musicais com performances extravagantes e sem compromisso com a honra e glória pertencentes a Deus.
No circo tem o picadeiro para as belas apresentações dos artistas circenses.
Nas igrejas, palco para ostentações das mais absurdas possíveis.
No circo todo espetáculo é direcionado ao público, de forma horizontal,
Nas igrejas de hoje em dia o “espetáculo” tem a mesma direção (a platéia) que é alimentada todos os dias, pelos famintos anseios do seu ego insano.  O qual deveria ser verticalizado, em direção ao Deus que merece toda honra, glória e louvor pelos séculos dos séculos amém.
Deixo claro aqui neste breve comentário acerca de um assunto tão chocante e provocativo, a não generalização do tema, pois graças ao Deus que é fiel à Sua palavra, ainda existem igrejas verdadeiras, as quais são sal, nesta terra apodrecida pela soberba humana.
II Timóteo 4.3 à 5
“3  Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4  E se recusarão a dar ouvidos a verdade, entregando-se às fábulas. 5  Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério”.
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Silvano Neri é amigo e irmão em Cristo. Fazia tempo que cobrava dele uma contribuição no Arte de Chocar, visto que ele é participante direto de várias conversas e que resultaram em muitas matérias escritas por nós.

Uma breve crítica sobre a música de Thalles Roberto

Por Antognoni Misael
Um dos atuais destaques do pop evangélico, Thalles Roberto tem sido uma das mais novas febres no repertório do público gospel. Ao perceber o espaço que sua música tem ocupado e a velocidade pela qual tem se propagado, resolvi destacar alguns itens relacionados à musicalidade desse novo ícone.
Minha crítica não será redundante no que tange a pobreza da atual música gospel no Brasil. Mas alternará em aspectos relevantes, interessantes, mas preocupantes ligados a música de Thalles.
Apesar de alguns pontos em comum que ele traz entre os cantores do mercado Gospel, queria também apresentar alguns pontos diferenciados que talvez nos provoque a pensar que a coisa pode ser “menos mau” ou até um dia, quem sabe, melhorar.
Quem assiste a uma apresentação de Thalles logo percebe que ele é emotivo, improvisador, frenético e intenso. Pra quem não sabe, sua arte e habilidade o levou a trabalhar com grandes nomes da Música Brasileira, como por exemplo, o grupo de Pop Rock Jota Quest. Em seu testemunho ele diz que após um período trabalhando no meio secular, e tendo se desviado de uma vida cristã autêntica, preferiu abandonar os contratos do meio musical onde trabalhava e retornou para o convívio da Igreja (não resistindo ao chamado de Deus), onde gravou seu 1º CD Na sala do Pai (2009). As canções como Arde Outra Vez, Ele é Contigo, Deus do Impossível, etc., são destaques tanto pela autenticidade e testemunho pelo qual foram escritas. O CD é bem trabalhado musicalmente, com letras interessantes e que fogem do mantra americanizado protagonizado nos últimos anos por cantores como Aline Barros, DT, etc.
Quando ouvi a primeira vez a canção Arde Outra Vez, tive a impressão de estar ouvindo as curvas melódicas, dicções e entonações de Guilherme Arantes, seguidos num segundo momento de uma batida bem Black Music, que me conectou ao Gospel americano. Só impressão! Ele era mais versátil do que eu imaginava.
Pra minha surpresa, quando achei que Thalles viria com uma fórmula explosiva para emplacar de vez nas paradas do sucesso, adotando a apelação do momento (Milagres, Milagres e Milagres) ele lança seu 2º disco Raízes (2011) onde recoloca canções tradicionais e dos Salmos e Hinos no seu repertório, compartilhando um pouco dos sons que marcaram o seu passado na igreja: “Deus está Aqui”, “Porque Ele vive”,Vaso Novo”, “Quão grande és Tu”, etc.
Seu último trabalho “Uma História escrita pelo dedo de Deus” (2011), CD e DVD, está atualmente legitimando e o sagrando como mais novo cantor em evidência no mercado gospel. Tive acesso ao disco e DVD e logo pude fazer algumas observações tanto no âmbito técnico-musical quanto na vida cristã.
1) Apesar de ele ser membro da Igreja de Lagoinha, não sei se concorda com as esquisitices teológicas do lugar, contudo as suas letras parecem dizer que não. (???)
2) O título do seu novo DVD (Uma História escrita pelo dedo de Deusfaz alusão a uma canção que fez em parceria com o Missionário R.R. Soares – isso me dá uma sensação super estranha….em que teologia Thalles crê afinal?
3) A maioria de suas canções foi composta em um momento de crise quando estava longe da comunhão com o Pai, no entanto nos mostram uma relação de veracidade relevante entre letra e intérprete. (Diferente do muito que se vê hoje na maioria dos cantores gospel que são viciados em traduzir canções e/ou encomendá-las)
4) Canções como Deus do Impossível, que compôs no momento de desespero quando sua mãe estava na UTI em estado grave, nos mostram certa veracidade e nos ensina a viver a fé e confiança em Deus em todas as situações.
5) Outra que tanto me chamou atenção é O que queres de mim, cujo diálogo entre ele e Deus nos remete a uma exortação veemente da parte de Deus tanto para ele quanto para nós.
6) “Thalles em estúdio é ótimo, Thalles ao vivo é um barril de pólvora”. Nunca vi alguém que canta tão bem ter tanto prejuízo vocal quando se empolga. Nas músicas de “pula pula” onde diz “tira o pé do chão” a perda é notável e chega a ficar chato ouvi-lo. 
7) Seu timbre de voz é muito bom, porém o exagero no ofegante me irrita um pouco (não sei se a você). Ouça a canção “Deus da minha vida” e confira as frases: “Deus (Ttttérrr..uuusss) meu (méeeerrr..u), Pai (parrrr…i) meu…”
8) A maioria de suas músicas são muito boas, curti, e certamente vou reter tudo de bom nelas. Tanto no cancioneiro secular quanto cristão uso da mesma lógica: se a música é boa e me edifica, compartilho; quanto ao cantor, é com ele e Deus. Mas vou logo dizendo, se cair por lado mercenário ou imitar urso, leão, não dá pra ficar calado!
9) Sua agenda está se caminhando para os mega shows pelo Brasil. O mercado o espera!
10) Oro pra que ele não aprenda os maus costumes dos seus parceiros do mundo gospel, não se perca em suas convicções e como ele mesmo canta em ‘O que queres de mim’: “humildade sempre, a soberba não”!  

Críticas ao texto? A Thalles? A mim? Aguardo nos comentários abaixo.

O pessoal da Lagoinha e a BMW de Jesus

Por Renato Vargens
Confesso que as vezes bate um desânimo daqueles. O vídeo abaixo feito pelo blog (Mero Cristianismo) é triste e desesperador! Sinceramente eu não sei aonde vamos parar.
Pois é, a apologia a prosperidade e riqueza pelo movimento gospel é de deixar qualquer um boquiaberto. Frequentemente tenho ouvido de algumas pessoas a afirmação que Jesus era rico e que o burrinho com entrou em Jerusalém pode ser comparado nos dias de hoje a uma BMW. Segundo o pessoal da Lagoinha, além de possuir um carrão, Jesus nos dias de hoje teria uma banda de música, usaria a tecnologia bem como as mídias sociais e seria um carpinteiro cheio da grana.
Caro leitor, complicado isso não é verdade? Lamentavelmente todas as discussões teológicas, todas as campanhas evangelísticas, além de todas manifestações musicais só tratam de uma coisa: Dinheiro!
A alusão que esse povo faz a riqueza de Jesus me faz lembrar do seguinte texto:
E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para o outro lado; e, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos”(Mateus 8.18-22)
“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade.  Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece”. (Filipenses 4.10-13.

Dias difíceis os nossos!

Maranata,  Senhor Jesus!
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Renato Vargens é Conferencista, esritor, e Pastor presidente da Igreja Cristã da Aliança em Niterói. Escreve diariamente no seu Blog.