abril 24, 2012
Categorias: Música, Nossa Arte Cristã . . Autor: artedechocar . Comments: Deixe um comentário
Nossa Arte Cristã destaca o cantor e compositor Jorge Rehder. Nascido em 1956, a partir de 1973 passou a ter contato com a música evangélica quando participava de um grupo musical na Igreja Metodista de São Paulo-SP.
1) ARTEDECHOCAR: Primeiramente queria que se apresentassem falando um pouco do encontro com Deus na vida de vocês, e o que fazem (além da música) no cotidiano de uma forma geral.
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No meio dessa americanização da música evangélica brasileira você já imaginou o ressoar de uma viola caipira emitindo acordes para louvor de Deus? Pois basta continuar lendo este artigo, pois estamos falamos de Carlinhos Veiga.
Sua visão musical remete a valorização da Palavra através da música vide cultura nacional. Com forte atuação nos espaços culturais do centro-oeste do país, tem se dedicado a projetos culturais levando sua música a locais diversos e alcançado resultados relevantes.
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Como desbravar era uma missão desafiadora, Jayrinho junto com seu grupo, aprovados e capacitados por Deus, passaram a se apresentar nas praças, ginásios de esporte, pequenas e grandes igrejas, indo, indo, indo e sem nunca deixar fugir o sorriso dos lábios e o comprometimento com o Reino. É válido ressaltar que neste maravilhoso grupo também participavam o Paulo Cezar, juntamente com a Nilma, sua esposa, e Nancy, esposa do maestro Dick, também produtor e arranjador musical do grupo.
As músicas de Jayrinho evidenciam melodias belíssimas, bem definidas; particularmente noto a verve das baladas de MacCartney, o blues, o Country, o jazz e a bossa. Certamente nele foi respingado um pouco de cada influencia dos sons nacionais e de fora. As letras eram igualmente belas, simples, humanas, profundas. Escutem a simplicidade da canção “Um Dia” e “Ao sentir”, escritas por ele e note um pouco de sua forma de ver o mundo, Cristo, e a vida.
Tudo estava à pleno vapor, quando em 1981 Jayrinho veio a falecer em um acidente de automóvel na estrada de Atibaia-SP. Morreram ele, sua esposa Hélia e seu filho mais novo, ainda bebê, André – Cristo os tomou para Si. A sua alegria, bom humor, espiritualidade, ficaram marcadas para nós como lembrança nas melodias e letras que nos legou.
Resta-nos hoje só recontar a história deste que foi um dos maiores compositores e cantores da música cristã moderna. Meu desejo é que as gerações presentes, os grupos de louvor, os músicos e ministros da música, tenham a oportunidade e prazer de conhecê-lo assim como eu tive.
Jorge Camargo é sem dúvida alguma, um dos mais intimistas compositores cristãos. De 1987 até hoje já se enveredou em canções de Salmos, reflexivas, congregacionais, e agora vislumbra mais de perto a poesia, o belo. Como o próprio disse em entrevista ao Púlpito e Artedechocar, sua música mudou: “Sou o resultado de meu passado, de uma trajetória que me fala ao coração. Mas, de fato, com os percalços e alegrias que a vida me apresentou, não sou mais quem era antes. Sou outro e minhas canções, com isso, também foram mudando”.
Gravado em março de 2011.
Encontre seus CD’s em: http://www.jorgecamargo.com.br/
Sempre que dou uma pesquisada na nossa música cristã de hoje em busca de algo novo tenho sempre a impressão de encontrar “mais do mesmo”. É sério! Não bastasse as centenas de comunidades ‘estilo louvor’, os famosos globais da Som Livre, a panelinha da MK – na ressalva, claro, da turma alternativa que se mantém na linha do Elo, Logos, VPC, João Alexandre, Jorge Camargo e todos dessa vertente – sinto bastante falta de gente criativa, irreverente e de peito aberto para enfrentar as engrenagens desse mundão. Então parei um pouco e pude me perguntar “onde estão os ‘Janires’ de hoje”?
Não sei vocês, mas sinto muita falta de artistas evangélicos que formem opinião pra essa imensa juventude do “gospel”; que provoquem a cabeça e mentalidade juvenil promovendo nessa gente uma adoração com entendimento. Noto que é tão comum ver muitos ‘fãs’ lotando shows e gravações de DVD’s da turma gospel, mas que, quando confrontadas com a dura realidade da Igreja e do Brasil, apenas reproduzem os atos e discursos “proféticos” dos seus ícones sem que se portem de forma inteligente diante do mundo e das pessoas. Então quando ouço os discos do Grupo Rebanhão e/ou Banda Azul (ambas de idealizadas por Janires) tenho a sensação de que retrocedemos.
Volto a me perguntar: “onde estão os ‘Janires’ de hoje”? Onde estão os que ironizam os políticos corruptos e os edônicos comerciais da TV? Onde estão os que parodiam os filmes e imbecilizam as novelas? Cadê os ‘Janires’ que falam das realidades, de sonhos, fracassos, frustrações, do pecado e da miséria, mas sem nunca esquecer de revelar o fulgurante contraste da estonteante luz, a indizível graça e a paz de Jesus Cristo? Gente, chega de ‘astro Gospel’ fazendo arquivo confidencial no Faustão e recebendo homenagem no Raul Gil!
Recordo que o Janires não era bem visto pelo “clero” evangélico da época. Era rejeitado pela roupa, cabelo, jeito de falar e seu estilo de música. Certa vez ao promover um evento em praça pública em São Paulo no intuito de tocar um rock pra evangelizar a thurma descrente, foi surpreendido pelas lideranças de algumas igrejas evangélicas as quais (sob inspiração da ditadura) proibiram que seus membros presenciassem aquele louvor em via pública. Gente, quando julgamos pela aparência perdemos a oportunidade de nos surpreender com as essências das pessoas – os que julgavam o Janires realmente não o conhecia – ele era um exemplo vivo de cristão autêntico.
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