Papo e Arte com João Alexandre

‘Artistas estão mais preocupados com glória pessoal que com a glória de Deus’, afirma fundador do VPC

O pastor Jaime Kemp, fundador do ministério Vencedores por Cristo e do ministério Lar Cristão afirmou no Salão Internacional Gospel, que artistas cristãos estão mais preocupados com a glória pessoal que com a glória de Deus.

No evento que expõe artistas e produtos da música gospel, Kemp disse ao The Christian Post, que no panorama atual da música gospel, muitos dos artistas do segmento, os “artistas” querem viajar em aviões e ficar em hotéis de luxo.

“Não há sacrifício. Minha preocupação é na questão de sermos servos”, diz, e conclui: “acho que hoje muitos desses artistas pensam que a igreja que os chama são seus servos e não se colocam na posição de servir”.

Outro problema que o preocupa é a chamada comercialização do evangelho, comentando sobre os artistas evangélicos que cobram cachês para tocar e priorizam os ganhos financeiros.

Falando especificamente das composições atuais, ele comenta que as letras são muito pobres, não há mensagens sobre itens fundamentais como fidelidade à palavra, arrependimento, entrega total ao senhorio do Cristo.

“Não há esses elementos presentes na moderna música evangélica brasileira”. E se defende, “não faço parte deste movimento pop, cuja tônica é a desorganização e ausência de vida e testemunho cristãos”.

“Realmente não sei se esses jovens que estão hoje nos palcos tem Jesus Cristo como Senhor e Salvador ou se sabem comunicar o evangelho”, enfatiza Kemp.

Vencedores por Cristo

O famoso e ainda hoje muito lembrado conjunto de música evangélica Vencedores por Cristo é considerado um dos precursores da música cristã brasileira.

Segundo o líder cristão, na época da criação do grupo Vencedores por Cristo a música não era o ponto central.

“O ponto central era o discipulado, treinamento e ensino dos jovens. Eles eram ensinados como viver juntos, como dar testemunho, porque parte do ministério era o evangelismo.”

Os critérios para estar no grupo eram, segundo o líder, ser convertido a Cristo, ter um coração de servo e ter o desejo de trabalhar debaixo da estrutura e organização do grupo, além de ser recomendado pelo pastor de sua igreja.

“A idéia era a preparação da juventude para trabalhar na igreja (…) as músicas eram usadas como meio de comunicar e também dar testemunho levando a Palavra de Deus a lugares, os mais diferentes, como igrejas, praças, prisões”.

Por meio do ministério Vencedores por Cristo foi possibilitada a formação de mais de 200 líderes, missionários, pastores e músicos.

Kemp explica que o grupo criado na década de 1970 nunca teve o desejo ou intenção de influenciar a música brasileira.

“Deus direcionou, pois tivemos muitos compositores que foram treinados conosco. A música desenvolvida por eles acabou por transformar a música e o louvor brasileiros”.

Do ministério surgiram proeminentes músicos, hoje muito conhecidos no meio evangélico, como Guilheme Kerr, Nelson Bomilcar, JoãoAlexandre e outros que foram formados nessa época.

O líder disse ainda que teme que os hinos tradicionais da fé cristã se percam, já que eles não são tão populares entre os jovens e nas igrejas atualmente. Segundo ele, isso é preocupante pois há muita teologia e ensinamentos nos hinos tradicionais.

Jaime Kemp e a esposa Judith Kemp, são casados há 47 anos e lideram o ministério voltado à area familiar e são autores de pelos menos 60 títulos literários. O Vencedores por Cristo ainda existe atualmente e seu foco principal é o evangelismo.

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Direto do CristianPost.

Jorge Rehder: um legado de arte e inspiração nas escrituras

Nossa Arte Cristã destaca o cantor e compositor Jorge Rehder. Nascido em 1956, a partir de 1973 passou a ter contato com a música evangélica quando participava de um grupo musical na Igreja Metodista de São Paulo-SP.


Rehder ganhou notoriedade pelas parcerias que fez com Guilherme Kerr, Jorge Camargo e Nelson Bomilcar e suas canções são encontradas nos álbuns do Vencedores Por Cristo e no da Igreja Batista do Morumbi, ambos lançados na década de 1980.

Canções como “Barnabé”, do LP Missão e Adoração II (1986), “Unidade e Diversidade” (parceria com Guilherme Kerr) são, por assim dizer, duas composições de Jorge que quero destacar, tratando-se de conteúdo e beleza. São canções que dignificam a Palavra de Deus dando-lhe a arte devida junto a riqueza das escrituras. Canções como estas passam longe do modismo musical do gospel anêmico em criatividade de hoje.

Depois de 35 anos de ministério, Jorge Rehder, também pastor e dentista, lançou seu primeiro disco solo intitulado Porto Esperança (2009). Meses depois, precisamente no dia 08 de novembro, vítima de um câncer no estomago, foi promovido para estar junto ao Pai.

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Fonte do Texto: História da Música Evangélica no Brasil. (Salvador de Sousa)

"Música cristã tem mais a ver com ministério do que com mercado" – Confira nossa entrevista com Alma e Lua

1) ARTEDECHOCAR: Primeiramente queria que se apresentassem falando um pouco do encontro com Deus na vida de vocês, e o que fazem (além da música) no cotidiano de uma forma geral.


ALMA E LUA: Com certeza, Deus tinha algo preparado pra nós há muito tempo; nos conhecemos em 1976 e vivemos, por dois anos, uma amizade intensa que se transformou em namoro, noivado e casamento. Namoramos e noivamos onze anos e estamos casados há vinte e dois. É verdade que Deus dava sinais de sua presença em nossas vidas desde muito cedo, mas foi em 1987 que se revelou a nós, na época em que estávamos muito envolvidos com o início da carreira musical. Diante das enormes dificuldades, que são comuns a todos que sonham com a profissão artística, nos voltamos para as questões religiosas na esperança de obter aquela ajudazinha sobrenatural, como geralmente acontece com a maioria das pessoas; começamos a estudar a Bíblia e fomos surpreendidos pela Irresistível Graça de Deus, e enquanto progredíamos na carreira, Deus nos fazia progredir também em seus propósitos. Em 1991 nos convertemos e passamos a congregar em uma pequena comunidade neopentecostal de nossa cidade;  iniciou-se o processo de ruptura com os antigos projetos até que, em dezembro de 1995, o ministério absorveu a nossa carreira. No início de 1996 passamos a frequentar a Primeira Igreja Presbiteriana de Casa Branca, da qual somos membros, e com o apoio do pastor Sérgio Paulo Martins Nascimento desenvolvemos o ministério.  
Há quase nove anos eu, Paulinho, trabalho em Campinas, na LPC Comunicações – uma produtora que tem parceria com a Igreja Presbiteriana do Brasil e o Back to God Ministries International, o departamento de mídia da Igreja Cristã Reformada da América do Norte; a Rah cuida das nossas questões pessoais e da parte financeira do ministério, já que fica em Casa Branca durante a semana enquanto eu estou em Campinas. 

2) ARTEDECHOCAR: Com uma relevante caminhada musical, que lições podemos aprender com vocês no que tange a carreira secular e vida ministerial? 

ALMA E LUA: Carreira musical é show business, porque as grandes companhias, as principais emissoras de rádio e televisão e os agentes controlam o mercado, e de arte mesmo sobra muito pouco; o artista, quando tem a simpatia desse sistema, se vê obrigado a cantar o que eles querem, do jeito que eles querem e pelo tempo que eles querem; quando não seguem as regras, sofrem retaliação. Quase tudo é uma grande mentira, e as coisas normalmente acontecem por troca de favores ou propinas – o tal do jabaculê. Somente alguns artistas, geralmente as estrelas da MPB, conseguem utilizar esses meios com alguma autonomia. No que diz respeito ao ministério, uma das questões mais delicadas é encontrar o ponto certo entre o servir e o sobreviver, principalmente quando ministério e profissão se confundem. É preciso investir muito tempo para compor, estudar a Palavra e manter a forma artística com ensaios, estudos, além das questões estruturais como manutenção de veículo, de instrumentos e demais detalhes. Já tentamos desenvolvê-lo sem tocar no assunto “dinheiro”, mas tivemos sérios problemas financeiros. Devido a esses problemas é que aceitei, em 2003, o convite do Celsino Gama para trabalhar com produção musical na LPC. 

3) ARTEDECHOCAR: O que mudou substancialmente na vossa cosmovisão quanto a dicotomia secular/cristão? 

ALMA & LUA: Entendemos que as referências Bíblicas nos remetem a questões bem mais relevantes  do que aquelas que a mera religiosidade observa; quando a Palavra ordena separação do mundo, está se referindo ao modelo desse sistema, e não a simples hábitos; o propósito de Deus para nós é que andemos na contramão, longe das vantagens que a desonestidade e os negócios ilícitos nos oferecem. A Palavra está nos dizendo: “O modelo do sistema não serve pra vocês!” e: “Joguem fora seus planos, Deus tem novos planos pra vocês agora!” Assim, é mais fácil para a maioria dos que se dizem cristãos, vender a ideia de que fumar é pecado, por exemplo,  do que abandonar uma carreira profissional onde a transparência e a honestidade não podem conviver com os lucros. A regra destes é bastante simples: Se é bom pra mim, é de Deus, é benção; se não me agrada, é do diabo. Não concordamos com essa visão; entendemos que Deus nos submete a uma profunda mudança de carácter, não de hábitos, para que aprendamos a não utilizar as estratégias que o modelo secular sugere. É mudança de estilo de vida.

4) ARTEDECHOCAR: Vocês se consideram cantores gospel?

ALMA & LUA:  Nos consideramos artistas cristãos, e queremos dizer com isso que acreditamos que nosso papel na Obra é através da música, e que nossos interesses precisam sempre ser submetidos ao propósito de Deus.

5) ARTEDECHOCAR: Apesar do grande conhecimento no meio artístico-musical, vocês optaram por um caminho menos glamoroso em busca de cantar canções mais relevantes, rejeitando de certa forma, por assim dizer, o mero mercantilismo dentro do ministério. Como vocês avaliam a atual situação do mercado musical secular e o dito mercado gospel? Semelhanças e/ou diferenças.

ALMA E LUA: Se o assunto é mercado, o objetivo é vender; entendemos que um artista cristão que faz música direcionada à carteira do seu irmão está, no mínimo, equivocado – estão mais para lobos do que para ovelhas. Não vemos problema algum em um cristão ser um profissional da música secular, contanto que consiga ficar imune às tramoias do sistema;  mas música cristã tem mais a ver com ministério do que com mercado. É evidente que o dinheiro é necessário, mas os excessos, os holofotes, a paixão por fama e fortuna tiram as pessoas do foco, é motivação errada; quando se faz música cristã para vender, além de ter que se adequar à indústria cultural (o tal jugo desigual), é necessário agradar o público, e para agradá-lo, é necessário falar o que querem ouvir, não o que precisam ouvir, e Obra de Deus não é entretenimento, é missão. 

Quanto ao mercado secular, há muito tempo não acompanhamos as coisas de dentro,  mas é evidente que tanta manipulação e interesse econômico resultou em banalidade artística extremada. E quem sofre as piores consequências?…

6) ARTEDECHOCAR: Diante de tanta confusão teológica e crescimento denominacional, pode-se falar de uma igreja brasileira? Como analisar e/ou diagnosticar as vantagens e desvantagens desse crescimento numérico dos evangélicos no país?

ALMA E LUA: Para nós, Igreja é Igreja – o Povo de Deus; não nos engajamos em nenhum movimento de nacionalização cristã porque, pelo menos por ora, não compreendemos nenhuma utilidade nisso. Nosso objetivo é contribuir para que haja qualidade cristã na Igreja, vida com poder e relevância. A Mensagem é adequada para todos os escolhidos de Deus, não importando a nacionalidade. 
Vemos esse tal crescimento evangélico como prejudicial, pois não nos parece genuíno – é onda; são pessoas buscando, preferencialmente, bençãos temporais e resistindo às ideias que traduzem compromisso – que como já dissemos, tem a ver com mudança de planos, não de hábitos. O pior de tudo é que parece não ser apenas um problema nacional, e  prejudica a unidade da Igreja, já que há crescente divergência quanto às interpretações teológicas, algumas vezes por falta de preparo, outras, por mero interesse pessoal.  

7) ARTEDECHOCAR: O último trabalho de Alma e Lua, Vanilla Jukebox (2011) nos apresenta a autenticidade de sempre de vocês. Remete-nos a uma textura recheada de violões, vocais, que nos lembra o country, o rural, anos 70, letras intimistas abordando temas relacionados ao coração do homem, natureza, levando-nos a contemplação e reflexão. Queria que nos falasse mais sobre este disco de uma forma geral. Há alguma autocrítica? E claro, onde e como adquirir?

ALMA E LUA: O Vanilla é resultado de um projeto do Celsino Gama, ex-diretor da LPC Comunicações, que viabilizava nossos lançamentos. A ideia foi somar em um só álbum nossas principais canções que estavam espalhadas em três outros – o “Caras Pintadas” de 1997, o “Desperta, América!” de 1999, e o “Sobrenome: Vento” de 2001, facilitando tanto os investimentos na fabricação, quanto os custos na aquisição. Gostamos muito da ideia, pois havia alguns problemas técnicos nos três primeiros cds que nos incomodava: O “Caras Pintadas” estava tecnologicamente ultrapassado, era muito antigo; com o “Desperta, América!” inauguramos um estúdio próprio e o cd serviu de laboratório para encontrarmos a melhor forma de fazer o nosso som com custo reduzido; o “Sobrenome: Vento” foi o álbum que mais nos agradou, porque conseguimos atingir, em nosso próprio estúdio, um bom nível técnico, mas este acabou ficando muito sofisticado, e nos incomodava tocar ao vivo acompanhados somente ao violão – que é como nos apresentamos – e ver as pessoas levando pra casa um cd todo paramentado com bateria, guitarras, órgãos, pianos, percussão…

No Vanilla, eu, Paulinho, fiz tudo sozinho e busquei fazê-lo com  simplicidade para que se aproximasse ao máximo do som que fazemos ao vivo; foi lançado sem a parte gráfica para destacar o conteúdo, mas é provável que ganhe uma capa simples nas próximas edições. 
Contatos, informações e nossos lançamentos estão disponíveis no nosso site: http://www.almaelua.com.br

8) ARTEDECHOCAR: Queremos desde já agradecer o contato e dizer que a gentileza e atenção de vocês nos fizeram perceber que estamos em casa. Que Deus possa vos abençoe grandemente.

ALMA E LUA: Mano véio, nós é que agradecemos a oportunidade, pois se não é correto exagerar no marketing de ministérios, também é impossível desenvolvê-los sem nenhuma divulgação. Queremos parabenizá-lo por sua contribuição à Igreja através do ArtedeChocar, pois os artigos que encontramos aqui contribuem muito para o aprimoramento de ideias.

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Muito satisfeito com a entrevista e contato com este casal abençoado. Paulinho você é uma figura, gente de Deus. Abração mano!

Por que valorizar o Musico Cristão Brasileiro? (João Alexandre)

Carlinhos Veiga: regionalismo e viola caipira na arte cristã

Por Antognoni Misael

No meio dessa americanização da música evangélica brasileira você já imaginou o ressoar de uma viola caipira emitindo acordes para louvor de Deus? Pois basta continuar lendo este artigo, pois estamos falamos de Carlinhos Veiga.

Ele que é pastor, músico e poeta, nasceu em Goiânia, em fevereiro de 1963, e cresceu num ambiente bastante favorável à música onde o violão e a cantoria sempre se fizeram presentes nos encontros de família.
Carlinhos tem uma relevante contribuição para a nossa música cristã. Na década de 1990 participou do Grupo Expresso Luz – que mistura as raízes folclóricas e os sons regionais espalhados pelo Brasil – e em 1996 gravou seu primeiro CD Solo chamado Terra, que é recheado de canções populares, moda de viola e catira.
Com sua ida para Brasília, gravou outro disco em 1999 intitulado Menino, engrenando de vez a sua carreira solo. Neste trabalho ratificou a forte influência das violas caipiras, além ritmos brasileiros como samba e xote.

Sua visão musical remete a valorização da Palavra através da música vide cultura nacional. Com forte atuação nos espaços culturais do centro-oeste do país, tem se dedicado a projetos culturais levando sua música a locais diversos e alcançado resultados relevantes.

Carlinhos Veiga entende que a contextualização da igreja é importante para que ela assuma seu papel enquanto igreja brasileira, e, por conseguinte desempenhe com excelência sua missão cultural a partir dos contextos locais fazendo com que o reino de Deus seja não seja uma comunidade xenófoba que rejeita suas próprias raízes em detrimento de um esquisito projeto neo-colonizador, como ocorre com a invenção do gospel no Brasil na década de 90.
Outros trabalhos como Mata do Tumbá (2002), Santa Louvação (2003), Flor do Cerrado (2008), Chão (2010) e seu primeiro DVD Chão (2010) compõem a galeria de arte desse goiano caipira. Indicamos à todos vocês a bela música de Carlinhos Veiga. E não se esqueça, a música cristã não se resume aquela turma encharcada do gospel global, pois a nossa arte cristã é rica, criativa, diversificada, e precisa ser redescoberta.

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Veja sua página http://www.carlinhosveiga.com.br/ e conheça mais ainda seu trabalho.

O legado musical de Jayrinho

Por Antognoni Misael 
Jairo Trench Gonçalves, conhecido no meio evangélico como Jayrinho, foi um jovem talento musical das décadas de 70 e 80. Considerado como um dos grandes referenciais da música evangélica brasileira por muitos cristãos da avant garde musical. Sem a menor sombra de dúvida, quem gosta e se identifica com o trabalho do Grupo Logos com certeza se vislumbrará com as canções do artista que formou, ao lado de Paulo Cezar, o Grupo Elo.
Jairo foi o único filho homem em meio a quatro meninas. Filho de português, viveu em São Paulo e teve uma vida nobre, confortável, devido a estabilidade dos pais. Quando conheceu a Cristo nos idos de 1970, apressou-se em servir a Deus de forma exclusiva partindo para o Instituto Bíblico Palavra da Vida onde se preocupou em estudar teologia. Ao completar os estudos em 1974, conheceu Hélia, com quem se casou no início de 1975, em São Paulo.
O que era ser um jovem cristão na década de 70? Nada fácil. Enquanto o entretenimento era sacudido pelo Rock in Roll de bandas como The Beatles, Led Zeppelin, Rolling Stones, e tantos outros artistas e segmentos cujas mensagens eram contrárias aos princípios bíblicos, a igreja evangélica no Brasil dava ainda passos modestos tanto em questões culturais quanto na musicalidade própria – criação de melodias e elaboração de arranjos musicais de qualidade.
Jayrinho contribuiu bastante para formatação e inovação na música crista. A inovação aconteceu quando um grupo de oito pessoas escolhidas pelo maestro norte-americano Dick Torrans, missionário do Palavra da Vida, quebraram a tradição musical européia (“escandalizando” no bom sentido) e passaram a compor canções próprias – Jayrinho compôs “Nos montes eu vou, com Cristo eu estou, nos vales campinas, com meu Salvador…, etc.” e outras .

Como desbravar era uma missão desafiadora, Jayrinho junto com seu grupo, aprovados e capacitados por Deus, passaram a se apresentar nas praças, ginásios de esporte, pequenas e grandes igrejas, indo, indo, indo e sem nunca deixar fugir o sorriso dos lábios e o comprometimento com o Reino. É válido ressaltar que neste maravilhoso grupo também participavam o Paulo Cezar, juntamente com a Nilma, sua esposa, e Nancy, esposa do maestro Dick, também produtor e arranjador musical do grupo.

Jayrinho era um líder, idealizador, um sonhador “ambicioso”.  Seu desejo era ampliar os espaços, enriquecer mais a música cristã, conhecer novos horizontes. Sensível e de grande musicalidade, era capaz de formular ideias, compor poesias simples, porém cheia de sofisticação. Relatou o músico Ivan Cláudio (parceiro de grupo ao lado de Jayrinho e Paulão) que este passava horas com seu violão, às vezes diante do piano cantarolando até que a melodia fluísse. Jayrinho utilizou de todos os recursos que possuía (instrumentos musicais, sintetizadores, etc.) perseguindo sempre a música de qualidade. Era um perfeccionista.
Num primeiro momento preferiu não ferir a tradição quanto a certos costumes da música, como a utilização da bateria (um pepino indigesto por parte da igreja) –  enfrentada pelo grupo  Vencedores Por Cristo, que naquela mesma época introduziu vários instrumentos censurados pela comunidade evangélica brasileira. Para comprovar isso basta ouvir o primeiro disco gravado por Jayrinho “Calmo, Sereno e Tranqüilo” – este tinha apenas o uso do violão e, quando muito, um contrabaixo.
Ao final do ano de 1975 foi formado o ‘Grupo Elo’, e a partir daí Jairo montou todo um aparato para gravação e impressão, que funcionava no mesmo prédio do Mapa Fiscal Editora, de propriedade de seu pai em Atibaia-SP. Enfrentando as censuras instrumentistas, comporam um arsenal de  discos belíssimos: “Nova Jerusalém”, “Ouvi dizer…”, “Um dia”, “Calmo, sereno e tranqüilo”, “Nova Canção”, e em 2008, “O ensaio”, que é um registro único de momentos de ensaios, elaboração de arranjos e composições do Elo.

As músicas de Jayrinho evidenciam melodias belíssimas, bem definidas; particularmente noto a verve das baladas de MacCartney, o blues, o Country, o jazz e a bossa. Certamente nele foi respingado um pouco de cada influencia dos sons nacionais e de fora. As letras eram igualmente belas, simples, humanas, profundas. Escutem a simplicidade da canção “Um Dia” e “Ao sentir”, escritas por ele e note um pouco de sua forma de ver o mundo, Cristo, e a vida.

Tudo estava à pleno vapor, quando em 1981 Jayrinho veio a falecer em um acidente de automóvel na estrada de Atibaia-SP. Morreram ele, sua esposa Hélia e seu filho mais novo, ainda bebê, André – Cristo os tomou para Si. A sua alegria, bom humor, espiritualidade, ficaram marcadas para nós como lembrança nas melodias e letras que nos legou.

No mesmo ano de sua morte, o Grupo Elo, que tinha alcançado a venda de mais de 800.000 Lps e a Revista Elo, que tinha chegado a mais de 28.000 assinantes abrangendo o Brasil, Angola, Portugal, Moçambique e Espanha, se desfizeram. 

Resta-nos hoje só recontar a história deste que foi um dos maiores compositores e cantores da música cristã moderna. Meu desejo é que as gerações presentes, os grupos de louvor, os músicos e ministros da música, tenham a oportunidade e prazer de conhecê-lo assim como eu tive.

Viva a música cristã de qualidade!!
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Fontes:
SOUZA, de Salvador. História da Música Evangélica no Brasil. Clube dos Autores, 1ª edição. Brasília-DF, 2011.

O melhor da MPB Cristã em Jorge Camargo

Por Antognoni Misael
“De todas as tribos, povos e raças, muitos virão Te louvar”

Jorge Camargo é sem dúvida alguma, um dos mais intimistas compositores cristãos. De 1987 até hoje já se enveredou em canções de Salmos, reflexivas, congregacionais, e agora vislumbra mais de perto a poesia, o belo. Como o próprio disse em entrevista ao Púlpito e Artedechocar, sua música mudou: “Sou o resultado de meu passado, de uma trajetória que me fala ao coração. Mas, de fato, com os percalços e alegrias que a vida me apresentou, não sou mais quem era antes. Sou outro e minhas canções, com isso, também foram mudando”.

Jorge divide a estante cristã com nomes como João Alexandre, Nelson Bomilcar, Grupo Logos, Gladir Cabral, Stênius Marcius, Tiago Vianna, Jorge Rehder, Josué Rodrigues, Sergio Pimenta, Jairynho, Janires, dentre tantos… Ele tem estrada. Ex-integrante do VPC, Grupo Sementes, e da Igreja Batista do Morumbi, estudou teologia em São Paulo, em seguida na Inglaterra e Estados Unidos, galgando um conhecimento vasto que respalda suas canções.
Não é a toa que Jorge Camargo hoje representa o melhor da nossa MPB cristã. Confira a canção Embelezar, do seu último CD “Tudo que é bonito de viver”: 

A Felicidade – Jorge Camargo
“Os ideais que iluminaram meu caminho e sempre me deram coragem para enfrentar a vida com alegria foram a Verdade, a Bondade e a Beleza.” (Albert Einstein)

Gravado em março de 2011.

Produzido por 4UFilms e W4 Editora
Apoio Britodesign e XRBM Estudios
Jorge Camargo — voz e violão
Daniel Maia — baixo
Maurício Caruso — guitarra
Misael Barros — bateria
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Encontre seus CD’s em: http://www.jorgecamargo.com.br/ 

Onde estão os ‘Janires’ de hoje?

Por Antognoni Misael

Sempre que dou uma pesquisada na nossa música cristã de hoje em busca de algo novo tenho sempre a impressão de encontrar “mais do mesmo”. É sério! Não bastasse as centenas de comunidades ‘estilo louvor’, os famosos globais da Som Livre, a panelinha da MK – na ressalva, claro, da turma alternativa que se mantém na linha do Elo, Logos, VPC, João Alexandre, Jorge Camargo e todos dessa vertente – sinto bastante falta de gente criativa, irreverente e de peito aberto para enfrentar as engrenagens desse mundão. Então  parei um pouco e pude me perguntar “onde estão os ‘Janires’ de hoje”?


Não sei vocês, mas sinto muita falta de artistas evangélicos que formem opinião pra essa imensa juventude do “gospel”; que provoquem a cabeça e mentalidade juvenil promovendo nessa gente uma adoração com entendimento. Noto que é tão comum ver muitos ‘fãs’ lotando shows e gravações de DVD’s da turma gospel, mas que, quando confrontadas com a dura realidade da Igreja e do Brasil, apenas reproduzem os atos e discursos “proféticos” dos seus ícones sem que se portem de forma inteligente diante do mundo e das pessoas. Então quando ouço os discos do Grupo Rebanhão e/ou Banda Azul (ambas de idealizadas por Janires) tenho a sensação de que retrocedemos.


Volto a me perguntar: “onde estão os ‘Janires’ de hoje”? Onde estão os que ironizam os políticos corruptos e os edônicos comerciais da TV? Onde estão os que parodiam os filmes e imbecilizam as novelas? Cadê os ‘Janires’ que falam das realidades, de sonhos, fracassos, frustrações, do pecado e da miséria, mas sem nunca esquecer de revelar o fulgurante contraste da estonteante luz, a indizível graça e a paz de Jesus Cristo? Gente, chega de ‘astro Gospel’ fazendo arquivo confidencial no Faustão e recebendo homenagem no Raul Gil


Recordo que o Janires não era bem visto pelo “clero” evangélico da época. Era rejeitado pela roupa, cabelo, jeito de falar e seu estilo de música. Certa vez ao promover um evento em praça pública em São Paulo no intuito de tocar um rock pra evangelizar a thurma descrente, foi surpreendido pelas lideranças de algumas igrejas evangélicas as quais (sob inspiração da ditadura) proibiram que seus membros presenciassem aquele louvor em via pública. Gente, quando julgamos pela aparência perdemos a oportunidade de nos surpreender com as essências das pessoas – os que julgavam o Janires realmente não o conhecia – ele era um exemplo vivo de cristão autêntico. 



Num congresso de louvor que estive presente na cidade de Campina Grande-PB, ouvi do grande Paulão (do Grupo Logos) a curiosa história do dia em que o encontrou em um evento evangélico. Ele descreveu que viu um cara que se vestia bem diferente, roupa meio jogada, parecendo um hippie, com uma mochila de lado, sentado na escadaria do prédio e lendo um livro; ao achar aquela aparência fora dos padrões da época relutou em não julgar, e quando foi notado pelo próprio Janires, este rapidamente se levantou, ofereceu a paz do Senhor e um forte abraço no Paulo César. Paulão revelou que nos olhos daquele jovem via-se alegria e amor pelas pessoas; e aquele livro que o Janires  atenciosamente lia na escada era uma Bíblia bastante gastada e cheia de anotações.


Janires era intenso. Em plena época de ditadura no Brasil, não se conformava com a repressão militar e as injustiças. Quando integrante do Rebanhão, mostrou sua crítica em “Casa no céu”: “Lá não terá vizinho reclamando o aumento da gasolina”, “Lá não terá buraco no meio da rua”, “Lá não terá trombadinha nem trombadão desrespeitando os 80km/h fugindo da poluição”. Às vezes direcionava sua insatisfação aos próprios evangélicos. Na música “Etc e tal” disse: “Embaixo da ponte as pessoas roubando e matando… em cima da ponte…crentes tranquilamente se achando no direito de ficar descontentes com Deus, não comprou carro novo não”… Na sua composição mais conhecida, “Baião“, fez uma análise da situação social do planeta: “Sem Jesus Cristo é impossível se viver nesse mundão, até parece que as pessoas estão morando no sertão, é faca com faca, é bala com bala, metralhadoras e canhões, até parece que a faculdade só tá formando lampiões… e o dinheiro anda mais curto do que perna de cobra”…


Pelo que li e ouvi daqueles que viveram próximo Janires, descobri que ele não andava ansioso com a vida, não se apegava a fama e a bens materiais. Quando morreu ficaram de legado apenas algumas roupas e seus equipamentos musicais. Um ex-integrante do Rebanhão, Paulo Marotta, confidenciou o seguinte :
“Janires não era um homem comum. Ele não se preocupava em casar, constituir família, arrumar um bom emprego, comprar isso ou aquilo, essas coisas que têm tanta importância para nós. Vivia do que produzia. Sua música, seu artesanato: camisetas e impressos em silk-screen. Frequentemente recebia ofertas, às vezes muito boas, mas sempre achava alguém que precisasse mais do que ele daquele dinheiro. Assim como recebia, dava generosamente”.

Onde estão os Janires de hoje?

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Janires Magalhães Manso iniciou sua carreira no fim da década de 1970 com o Grupo Rebanhão, após gravar quatro discos com o Rebanhão, deixou a banda e foi para Belo Horizonte, lugar onde conheceu um novo time de músicos e juntamente com eles formou a Banda Azul com a qual gravou o disco Espelhos nos Olhos em 1988, porém morreu em um catastrófico acidente automobilístico, quando voltava do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, antes do lançamento do disco.
DISCOGRAFIA DO REBANHÃO: http://bandarebanhao.blogspot.com/p/discografia.html

Uma entrevista com Tiago Vianna

1) Antognoni Misael: Olá Tiago Vianna, Bem vindo ao ArtedeChocar e Púlpito Cristão! Pra iniciar, gostaríamos que contasse um pouco de sua história com a igreja e com a música, sua formação, influências…
Tiago Vianna: Obrigado pelo convite! Bom, nasci em lar cristão e a igreja presbiteriana foi o meio em que cresci. Desde pequeno eu ouvia muita coisa de música, principalmente Beatles, Wings, Cat Stevens, Supertramp… a sonoridade destes grupos era algo que sempre me fascinava… vamos dizer que o que é chamado de pop hoje era o que eu ouvia, isso porque meus pais sempre tiveram acesso ao que era de mais atual na época… quando adolescente entrei em contato com 14 Bis, Milton Nascimento, Beto Guedes, Ivan Lins, Djavan, vindo somente aos 14 anos começar a ouvir o que atualmente chamam de MPB Cristã (João Alexandre, Jorge Camargo, Guilherme Kerr, Sider, Bomilcar, Pimenta…); nesta época eu ouvia também Phill Keaggy, Yes e M W Smith, enfim, uma boa mistura que me foi referência pra o que tenho feito hoje. Minha formação musical se deu no aspecto da apreciação musical e mais tarde acabei me formando como bacharel em Música Popular pela UNICAMP. Em 1997 por tirar muita música de ouvido acabei encontrando um caminho bom para fazer minhas próprias composições.

2) Antognoni Misael: Após dois discos autorais, Nenhum Outro Caminho (1999) e Segundo Tiago Vianna (2004), além de várias participações em trabalhos relevantes com Jorge Camargo, Gladir Cabral, Guilherme Kerr. Que experências você tem pra contar durante esses anos convivendo musicalmente com tantos músicos bons no cenário cristão, e o que tem preparado para um possível próximo disco?
Tiago Vianna:  O que mais celebro são as amizades, que começaram justamente por esta afinidade musical. O primeiro amigo que me deu um impulso foi o João Alexandre. Lembro que fui à casa dele e mostrei algumas de minhas músicas, bem cruas, e de cara o que ouvi foi só incentivo e todo apoio para gravar; o mais legal de tudo isso é que o João ainda mantém esta mesma postura, sempre apoiando novos compositores – um exemplo é o Alann Marino, que recebeu todo o apoio do “véi” João neste último ano. Após esta conexão outros vieram pelo caminho como Bomilcar, Carlinhos Veiga, Gladir Cabral, meus parceiros também de aconselhamentos tanto musicais como de vida mesmo! Vejo que o que eu mais guardo não são as experiências musicais, que são ótimas, mas a convivência com estas pessoas, quer mais que isso? Meu próximo disco, que chega em agosto agora, é prova de algumas destas parcerias e de outras novas!

3) Antognoni Misael: Poderia citar duas canções que marcaram a sua vida sendo uma destas composta por você? E quais razões e significados que tiveram pra você?
Tiago Vianna: Gosto muito de “Muro de céu”, música minha que está no primeiro disco e seu significado beira o fato de estarmos perto de Deus, mas não o bastante; ela retrata que o amor de Jesus quebra qualquer barreira que nós mesmos levantamos através de nossa religiosidade… outra que diz muito pra mim é “O que me faz viver”, do Sergio Pimenta e que coincidentemete trata do amor de Jesus, sendo este amor a força motriz de nossa vida – coisa que não se explica!

 4) Antognoni Misael: Hoje no Brasil o termo “gospel” é uma expressão polissêmica. Ele nem se adequa a vanguarda gospel arraigada ao jazz, blues e black music norte-americano e nem a música popular brasileira cristã. Seu sentido, ao que fortemente se percebe, está relacionado a “um mercado”, e não a uma verdade no sentido de expressão artística. Não sei se você discorda desta visão, mas o que queremos saber é se você se considera um cantor Gospel, e como Tiago Vianna se vê na música atual.
Tiago Vianna: Risos… realmente o brasileiro é quase competente em imitar o que vem de fora. Colocar nomes em inglês mudando o real significado do que se propõe é apenas um dos exemplos… isso está no nosso DNA: preferimos muitas vezes imitar a criar do zero; isso não é nada novo, é um dado cultural nada exclusivo do meio cristão. Por opção e por razões que me parecem óbvias eu não acompanho o mercado gospel. Eu me considero um artista que faz música atual, que procura estabelecer um diálogo com todos e que aborda as questões da vida e do dia-a-dia; seria possível Deus não estar ligado a tudo isso? Não sou adepto de muros ou segmentos, isso quem define são os críticos.

5) Antognoni Misael: O blog Púlpito Cristão é um espaço que rema contra a correnteza de um evangelho mercadológico e superficial promovendo um pensamento cristão com conteúdo, crítica, ironia e bom humor. Como você avalia essa postura de inconformidade em relação ao blog, e até que ponto ela está presente na música cristã no que se refere a formação de opinião?
Tiago Vianna: Vejo que a música cristã tem o papel de situar Deus em relação a tudo que se chama vida, no entanto, percebo que a música deve ser também canal para a boa formação de um povo; por isso ela deve também alertar, mostrar, denunciar e colocar em cheque as coisas que estão em desacordo com o que Deus nos propõe. Vejo que tudo o que puder concorrer para esta perspectiva é saudável. A música cristã ainda engatinha neste campo, e é com certeza um papel a ser encarado com inteligência e criatividade por aqueles que fazem música e se sentem chamados a fazer isto!

6) Antognoni Misael: Em breve estrearemos um projeto Nossa Arte Cristã, e aproveitando sua presença nes, gostaríamos que deixasse um recado, sugestões, ou palavra de incentivo aos nossos leitores para que possam não só apreciar o que temos de melhor na nossa arte, mas também a serem produtores dela para a Glória de Deus e engrandecimento do Reino.
 Tiago Vianna: Sua pergunta já é em parte uma resposta! Meu incentivo é: aprecie, crie! Deus nos fez seres com percepção para que a usasemos com plenitude!

7) Antognoni Misael: Agradecemos pelo contato (rápido e de fácil acesso) e pela sua cordialidade bem cristã conosco. Que Deus continue te dando belas canções e muita sabedoria em seu ministério. Queríamos que deixasse seus contatos para os que desejam lhe conhecer melhor, e também que registrasse algumas considerações finais.
Tiago Vianna: Obrigado Misa! Este canal de comunicação escolhido por você é precioso! Meu contato principal é meu site http://www.tiagovianna.com/ , e de lá todos me encontram nos outros meios virtuais. Quero indicar um site que é de meu parceiro Joe Edman, a loja virtual www. veroshop.com.br . Um forte abraço!

Entrevista e música de Tiago Vianna no programa Plataforma. Não deixe de assistir.
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Tiago Vianna faz parte da nova geração de músicos brasileiros que buscam trazer em sua música a realidade comum a todos: a rotina, as lutas, coisas que esperamos acontecer, os absurdos e as surpresas boas e não tão boas…
Compositor e intérprete, Vianna tem dois albuns gravados além de já ter participado em discos de outros artistas como ,Gérson Borges, Jorge Camargo, Gladir Cabral, Arlindo Lima,Wesley Godoy entre outros.