Tem gay na igreja…e agora?

Por Antognoni Misael
Ora, não nos iludamos, faz tempo que os gays frequentam a igreja. Tem gay ouvinte, gay diácono, gay ministrante, gay coreógrafo, gay presbítero e até pastor. Aliás, a cada dia acrescentam-se o número deles, e o que fazer diante disso?
De fato alguns se convertem (ou não), outros, lá na igreja mesmo, se descobrem nos recônditos desejos proibidos e se tornam homossexuais. Os sinais dessa corporificação efeminada podem ser visíveis ou não. Quando são acentuados os sintomas nos gestos, jeito de andar, voz ralentada, reações, pode-se afirmar que os indícios são fortes, mas não garantem o êxito da suspeita. Se existem as mesmas características, porém em menor grau, realmente fica no ar, não dá nem pra arriscar. Mas se substancialmente vai além disso: vestimentas, gostos, simpatia pela moda feminina, demonstrações de desinteresse para com a linda colombina que tanto se insinua, dá pra supor que há neste corpo masculino um gênero feminino.
Com mais de década na igreja tive vários amigos efeminados que lutaram declaradamente contra suas inclinações. Alvos de chacotas, discriminações e tratamento hostil, não resistiram à dureza do moralismo evangélico e se confiaram ao bel prazer do pecado. Sempre quando os encontro é de praxe receber pedidos de oração e ouvir resumidamente sobre seus dramas e vexames que a cada dia os distanciam da verdadeira felicidade.
Não pretendo desenvolver uma linha de pensamento homofóbico, o que não quer dizer que sou liberal, mas, penso e indago… Naquele tempo, que tanto precisávamos tratar da homossexualidade no setor da igreja, pouco fizemos, ou quiçá, nunca. Ignoramos o cuidado e a atenção que precisávamos ter com tais, o discipulado adequado, a paciência, a compreensão, o amor… Mas não, pareceu mais viável olhá-los como raça defeituosa, e aos poucos varrê-los pra fora, livrando-se então de um mal aparente para a igreja. Esconder a verdadeira essência foi uma alternativa para os que persistiram e permaneceram, mas não surtou tanto efeito em favor das suas vontades. Ao que se nota, ou Deus ressignifica seus desejos e o restaura a um padrão hetero, ou inevitavelmente, tudo fica como está, bastando ao efeminado viver na constante luta contra o pecado. Só Deus pode mudar. Nós não. Afinal, nós não suportamos nem os nossos próprios fardos, defeitos, egocentrismo, desejos…
Ser gay ou se parecer gay, atualmente, no âmbito da igreja ainda não é fácil. Do mesmo modo que falta forças para o homossexual mudar as vontades e trejeitos, falta também preparo por parte da Eclésia.
Respondendo a pergunta do tema, o que se deve fazer, é amar sem reservas, amar além das aparências, além da condição, além das leis. “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros”. (Jo. 13:34)
Aguardo que não se homogeneíze o impasse do congresso com o dever cristão; que não se exclua ou se repasse todo esse “ódio” e repúdio aos efeminados assentados nos templos que aguardam de alguma forma, que a graça de Deus os inunde completamente.